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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sputnik, Meu Amor

Esta foi a minha segunda aposta nos contos de Murakami. Gostei, mas encontrei muitas semelhanças com 1Q84.
Sputnik, meu amor conta a história de Sumire e Miu. Sumire estudou literatura porque queria muito tornar-se escritora. Sempre que pode aproveita para escrever as suas histórias, no entanto nunca conseguiu escrever nenhuma completa. Por vezes escreve o inicio de um conto... por vezes o fim... Ideias soltas que acaba por passar para o papel com esperança de uma dia lhes dar uma conclusão.
Sumire conta sempre com o seu melhor amigo, "K" (nunca chegamos a saber o nome dele), que foi seu colega de curso. Mesmo depois de Sumire desistir do curso, mantém uma boa relação de amizade e encontram-se esporadicamente para falar dos livros que vão lendo, dos contos que vão escrevendo (ou tentando escrever), ou mesmo sobre as coisas banais do dia-a-dia. Ficamos a saber que "K" é apaixonado por Sumire, mas ela não retribui este sentimento. Na verdade ela nem sabe de tal coisa, e nunca se apaixonou nem sentiu desejo por ninguém em toda a vida. 
Um dia, durante um casamento, Sumire conhece Miu e apaixona-se. Durante a festa vão conversando e descobrem que têm alguns gostos em comum como a literatura e musica clássica. 
Miu simpatiza com Sumire (não da mesma forma!) e acaba por convidá-la a trabalhar como sua assistente.
Após alguns meses a trabalhar juntas, durante uma viagem de negócios pela Europa, Sumire ganha coragem e declara-se (mais ou menos...) a Miu, e na mesma noite desaparece...

Gostei do livro, lê-se muito bem. Está escrito numa linguagem muito simples e as páginas voam. Achei estranho que em todos os livros do Murakami haja uma cena de sexo lésbico e neste livro não chegue a haver nada em concreto. De qualquer forma, como disse antes, existem algumas semelhanças com o 1Q84. A personagem "K", que vai narrando a história é muito parecido com Tengo.Tanto nos gostos literários, como nos hábitos alimentares. Foi difícil estar a ler o livro e não estar constantemente com a personagem do Tengo na cabeça. Houve alguns aspectos que também me fizeram lembrar a Aomame. Nem sei explicar bem em quê. Talvez quando Sumire se punha a reflectir sobre as coisas... E no facto de ser uma mulher com uma personalidade muito forte.
Outra coisa engraçada é a capacidade que o escritor tem de contar histórias surrais e de nos fazer acreditar nelas como se fossem possíveis. Percebem porque digo isto se lerem uma parte em que a Miu explica porque tem o cabelo todo branco.

Quem ainda não leu, vale a pena experimentar. Aliás, para quem não conhece o escritor mas tem curiosidade, é um livro pequeno que se lê muito bem.

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