Este blog não aderiu ao Novo Acordo Ortográfico!

sábado, 8 de junho de 2013

Assembleia de Bruxas #1

Há alguns dias comecei uma formação profissional proporcionada pelo centro de emprego e no primeiro dia há sempre as habituais apresentações entre a formadora e os formandos. Uma das coisas que a formadora referiu na sua apresentação é a sua paixão pela leitura e como adora devorar um bom livro. Depois disto, sempre que alguém dizia que gostava de ler, a formadora perguntava que tipo de livros. Pelo que percebi a senhora lê de tudo um pouco, já que conseguiu falar de todos os escritores e livros que foram surgindo na conversa.
Claro que quando chegou a minha vez de falar não pude evitar de referir os favoritos: o Zafón, o Murakami... Falei ainda um pouco da leitura actual (O circo dos Sonhos).
Depois fiquei um pouco em choque quando comecei perceber que além de mim e de outra rapariga (jornalista, por sinal), todas as pessoas que afirmavam gostar de ler diziam que liam essencialmente Margarida Rebelo Pinto e Paulo Coelho.
Contei à Su! Já a contagem ia com 3 fãs do Paulo Coelho e 4 para a Margarida Rebelo Pinto.
Não por achar mal que as pessoas gostem disto, daquilo ou do outro. (Gostos não se discutem, e cada um tem o seu estilo literário favorito.) Mas porque eu também já fui assim. Eu já gostei dos livros do Paulo Coelho, até que descobri livros muito melhores que me fizeram sonhar muito mais. Confesso que não conheço o trabalho da Margarida Rebelo Pinto. Sempre que procuro a opinião de alguns leitores acerca dos seus livros, normalmente não encontro nada de positivo. Há quem diga que a senhora se auto-plagia. E há sempre quem me venha dizer que senhora escreveu um livro do qual não sabe o nome. Assim é difícil ganhar coragem para ler alguma coisa dela...
Quanto ao Paulo Coelho conheço alguns dos seus livros que fui comprando durante a minha adolescência. Concordo com a opinião de uma das minhas colegas quando diz que o Onze Minutos é um bom livro. É de facto um livro que dá que pensar e era capaz de voltar a lê-lo. Mas os restantes (O Zahir, A Bruxa de Portobello, O Vencedor Está Só, Veronika Decide Morrer....) não me contam nada de novo e a moral da história é sempre a mesma. Como é que alguém lê a mesma coisa vezes sem conta e continua a achar maravilhoso? Eu cheguei até a perder o gosto pela leitura. Passaram anos sem pegar num livro.
Um dia, alguém me pôs um livro maravilhoso nas mãos e foi então que percebi o que andava a perder. Senti-me como se me tivessem tirado as palas ao canto dos olhos.

O livro chamava-se a Sombra do Vento. De certo modo mudou a minha vida. Desde então procuro sempre ler mais e melhor. Vale a pena abrir um pouco mais os horizontes.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários são sujeitos a moderação. Seja construtivo :)