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domingo, 7 de julho de 2013

Assembleia de Bruxas # 5

Na Assembleia de hoje vamos dar continuidade a um tema que fascina estas humildes leitoras de Haruki Murakami: os pontos comuns entre os seus livros.
Ora, vejamos:
 
  • A música

O escritor japonês é um grande apreciador de música. Chegou ter um bar onde se podia ouvir jazz e gostava de conversar com os clientes. Numa das cenas de "Kafka à Beira Mar", Hoshino entra, por acaso, num bar onde se ouve musica clássica e mantém-se à conversa com o dono. Dizem que é normal que este tipo de cena apareça nos seus livros - como se Murakami entrasse na história por breves momentos e interagisse com as personagens.
Nos livros que já lemos, há muitas referências a gostos musicais dos protagonistas, e por vezes, uma única música é especial, como uma banda sonora que acompanha a história, ou, até mesmo, um portal para outro universo.
Em "Norwegian Wood", a musica mais ouvida e que parece a banda sonora oficial é o tema dos Beatles com o mesmo nome. De resto, ouve-se muito jazz e musica classica como Mozart e Bach entre outros. Terminamos o livro com uma pequena cerimónia funebre em que uma das personagens toca na sua guitarra interpretações de Ravel, Debussy, Bacharach, John Lennon, Paul Mccartney... A mais ouvida é a "Norwegian Wood" que deixa a Naoko triste sempre que a ouve, apesar de ser a sua favorita.
Em "1Q84", não terá sido a "Sinfonietta" de Janáček fulcral para a passagem de universo dos protagonistas?
 
  • Se aparecer uma arma, tem de ser disparada

Em "1Q84" e "Sputnik meu Amor" alguém diz que "não se deve inserir numa história um objecto desnecessário. Se aparecer uma pistola nalgum momento deve ser disparada", uma referência à ideia do escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov. O próprio Murakami parece ser um seguidor desta ideia, já que somos apresentados apenas a personagens essenciais, a itens essenciais.
 
  • Portais... pouco ortodoxos

Tanto em "Kafka à Beira Mar" como em "1Q84", ocorre um fenómeno, no mínimo estranho... Os portais utilizados por "seres nunca antes vistos" para chegarem, até ao nosso mundo são pessoas mortas. Esquisito, não é?
 
  • A orientação sexual

Não falo já das cenas lésbicas a meio da história. Vou falar dos amigos dos protagonistas, exactamente por ser curioso que os melhores amigos dos protagonistas Aomame e Kafka sejam homossexuais. No entanto, Tamaru, de "1Q84", escapa ao estereótipo da nossa sociedade, sendo apresentado como um homem encorpado, ou não fosse segurança, e Oshima, de "Kafka à Beira Mar", é peculiar. Não farei spoiler!

Por hoje é tudo! Aproveitemos para colocar a leitura em dia até à próxima assembleia. Boas leituras!

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