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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

"Durante o Renascimento, a loucura era tida como consequência de três pecados básicos: a loucura causada pela imaginação, através da qual o louco acreditava ser alguém ou algo que não era; a loucura que resultava de uma maldição de Deus; e a loucura na consequência de uma avassaladora paixão. Nesse tempo, todas as grandes cidades tinham uma prisão para loucos, onde eles não eram tratados, mas punidos; a loucura não era considerada uma doença, mas um crime. Aqueles que a sociedade considerava normais precisavam de estabelecer uma fronteira intransponível entre si próprios e os outros que eles tinham declarado loucos. Os governantes das cidades costeiras subornavam marinheiros para juntarem aqueles que eram considerados loucos, e depois os barcos partiam com esses infelizes amarrados ao convés; se eles sobrevivessem à sede e à fome, se não fossem vitimados pelo vento e o frio, eram deixados clandestinamente no primeiro porto onde a embarcação parasse, e, se isso fosse impossível, eram largados num lugar deserto ou atirados à água."

In A Irmã de Freud

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