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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O Diário da Madrasta

Nunca tinha sequer ouvido falar desta autora, até que vi O Diário da Madrasta em pré-venda. A sinopse cativou-me e pouco tempo depois resolvi adquirir. Como quase todos os livros da minha estante, esteve por lá alguns meses a ganhar pó até que chegou o dia de lhe pegar. 

Confesso que este livro suscitou em mim sentimentos um pouco contraditórios, em que por vezes adorei, por vezes irritou-me e por vezes não lhe quis pegar. Eu sabia que não devia ter ficado tão contente por já ir no terceiro livro de Janeiro. Obviamente que não ia correr bem. Mas não me interpretem mal, eu gostei do livro. Só tenho pena do tempo que demorei a terminá-lo por causa dos tais sentimentos contraditórios...

O Diário da Madrasta é, na verdade, narrado pela mãe da madrasta, Emily, que é psicanalista e juntamente com o seu namorado Barnaby analisam os diários de Sappho. 
Esta não é uma vulgar história sobre a madrasta malvada, até porque os tempos mudam e actualmente quem é realmente malvado são os enteados, que fazem de tudo para que o papá não se volte a casar. O livro torna-se ainda mais interessante por causa das teorias freudianas de Emily que resumem muitos dos problemas na vida de Sappho às cenas primordiais, a ausência do pai na infância e um pouco de sado-masoquismo psicológico. Aprende-se um pouquinho sobre psicanálise.

O que mais me irritou nesta história foi facto de se perceber perfeitamente os erros que a Sappho comete ao longo da sua vida, casando com um homem mais velho, que claramente a manipula até ter o que quer, e ela deixa-se levar que nem uma parvinha. Irritou-me ainda mais perceber que na vida real é mesmo assim que acontece. Uma pessoa apaixonada deixa-se levar por todo o tipo de conversas e quando abre os olhos já é tarde. Acreditem, sei do que falo! E quando o Gavin deixa cair a sua máscara, é impossível pousar o livro. 

O final da história revoltou-me um pouco. De certa forma, tudo acaba bem. É verdade que os bens materiais pouco importam, mas mesmo assim tive pena que a Sappho não tenha conseguido reaver o que era dela por direito. Também, quem é que no seu perfeito juízo, mete metade de uma casa de família em nome do marido e, mais tarde, ainda pega na sua metade e põe em nome dos enteados? Estava-se mesmo a ver que ia dar merda...

Recomendo este livro, quanto mais não seja porque se aprendem umas coisinhas que podem dar jeito nos dias de hoje. Os meus sentimentos contraditórios não são propriamente uma coisa má, pois só demonstra que o livro não me foi indiferente. Vou investigar mais livros da Fay Weldon!

Entretanto já escolhi o próximo livro: vou ler A Irmã de Freud. Espero que isto não seja muito Freud junto... Mas o livro é da Su e já o tenho cá em casa há muito tempo. Já é uma vergonha! Quanto ao Não Matem a Cotovia, não estranhem estar a demorar tanto tempo. O livro tem andado na minha mala para aqueles momentos em que apanho alguma seca (tipo, à espera de alguém ou quando o meu namorado se põe a falar de carros e motas com alguém) mas ultimamente isso não tem acontecido muito (o que não deixa de ser uma pena)...

2 comentários:

  1. Fiquei muito curiosa com este livro, depois de ler esta opinião.
    Vai já para a minha wishlist! :D

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    1. É daqueles livros que apetece dar umas bofetadas na protagonista, para ver se abre os olhos. Mas é um bom livro, sem dúvida.

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