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domingo, 6 de julho de 2014

As Luzes de Setembro

As Luzes de Setembro, de Carlos Ruiz Zafón, é o último livro da trilogia Neblina. Segundo a nota introdutória do autor, este capítulo foi pensado de modo a unir algumas pontas que ficaram soltas nos capítulos anteriores. Ao ler isto julguei que acontecesse algo semelhante à Sombra do Vento, em que os primeiros dois livros não pareciam estar relacionados, no entanto, com o terceiro volume, percebe-se perfeitamente a ligação da história. 

Mas não foi isso que aconteceu. Na verdade, para além da neblina que está presente como pano de fundo, não encontrei qualquer ligação entre os livros. O terror é também uma constante. Ainda me recordo daquele jardim de estátuas horripilante, que tanto invadiu o meu imaginário ao longo desta leitura. E não ajudou muito alguém ter uma máscara de palhaço neste livro. 

Ainda me lembrei de investigar a cronologia das histórias, para perceber se há alguma continuidade temporal. Mas depois do susto inicial de procurar entre todos os livros da estante e não encontrar os anteriores, lembrei-me que estão em casa de uma prima (Ufaaaaaaaa!). Ainda assim, tenho uma vaga ideia de que O Príncipe da Neblina decorre após a 1ª Guerra Mundial, As Luzes de Setembro decorre uns anos antes da mesma guerra e, O Palácio da Meia Noite não me recordo mesmo.Por isso não cheguei a conclusão nenhuma...

Aconteceu algo aqui pelo meio que me fez (quase) dar um pulo do sofá: do nada aparece o Andreas Corelli!! Para quem não se recorda, este personagem surge em O Jogo do Anjo, encomendando um livro estranho ao David Martin. Nesse livro, o Corelli é um personagem que acaba por ficar mal explicado. Não se sabe bem o que ele é, nem o que pretende, mas percebe-se que não é boa rês. E foi com alguma pena minha que não vi estas dúvidas esclarecidas neste livro. Lembro-me de achar que o Corelli era fruto da imaginação do David Martin, no entanto aqui está ele outra vez... MAS! Achei engraçado que o Zafón tenha usado este personagem (que surge sempre de forma misteriosa) em trilogias diferentes. Só gostava de perceber o porquê...

Saltei para a leitura deste livro com grande entusiasmo e espectativas bem lá no alto e, apesar de ter gostado da história, confesso que esperava mais. Aborreceu-me um pouco que, naqueles momentos de grande tensão, em que a qualquer momento podemos apanhar um valente susto, o escritor descrevesse tudo ao mais ínfimo detalhe. Em vez de me entusiasmar, teve o efeito oposto. Notei o mesmo nos restantes livros da trilogia e compreendo, na verdade, pois estes foram os primeiros livros a serem publicados e é normal que o autor tenha evoluido um pouco até escrever A Sombra do Vento. Mesmo assim, continua a ser um dos meus escritores favoritos e dificilmente isso irá mudar. Estás perdoado, Zafón!


2 comentários:

  1. Pena quando um livro nos surpreende.. tornando-se aborrecido...

    Sónia
    Taras e Manias

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    1. Pior ainda quando um dos nossos escritores favoritos nos desilude.

      O livro não era mau, só a escrita é que estava um pouco verdinha. Mas esperava mais. Pronto, a culpa é minha....

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