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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Nostalgias

Esta noite fui beber café com duas amigas, ambas dos tempos de infância, mas com quem não passo tanto tempo como gostaria. Pelos estudos, pelo trabalho, por tudo e mais alguma coisa, longe vai o tempo em que todas as noites de sexta eram passadas a conversar em alguma esplanada ou num jardim ou noutro lugar qualquer e os domingos estavam reservados para ir ao cinema ver os filmes já estreados há um mês. E ainda éramos um grupo porreiro, do qual a maioria eram rapazes, e que já nos conhecíamos desde os tempos das fraldas.

Hoje o cinema está em obras (e inactivo há alguns anos) e o grupo foi reduzido a algumas presenças esporádicas de vez em quando. Eu própria estou mesmo aqui e acabo por ir a Portalegre quase todos os fins de semana em vez que ficar pela terrinha.

Mas a conversa foi bastante animada e contou com um bocadinho de tudo. Desde os stresses no trabalho de cada uma, à nostalgia das tais noites passadas em grupo, passando por aquele dia em que o Diogo decapitou o Ken da Vera no infantário (que ainda hoje não está perdoado!) e pelas aventuras na universidade.

E, apesar das recordações me deixarem com uma nostalgia deliciosa daqueles tempos - os melhores da nossa vida - que já não voltam, acabei por me prender muito à conversa da universidade. Isto porque uma das minhas amigas também estudou por Évora e, apesar de quase só nos encontrarmos por lá nos restaurantes japoneses, foi muito bom poder falar com alguém sobre o Manel dos Potes, o Tuareg, os bares da moda, as brigas estranhas a que assistimos na Praça do Giraldo, as casas onde vivemos com as maravilhosas companheiras (que dá sempre para histórias boas, ou nem tanto...) e eu sei lá que mais. Vejam lá que os meus colegas de curso gostavam tanto desta minha amiga (que viam, talvez, uma vez por ano, mas que conheciam a léguas) ainda inventaram uma musiquinha tonta dedicada a ela, que faziam questão de entoar, fosse lá onde fosse. Belos tempos, sim senhor!

E agora que voltei a casa, dei comigo às voltas e sem conseguir adormecer. Espero que através da escrita consiga "exorcizar" o que vai cá dentro para poder finalmente dormir descansada. Isso e o meu nariz deixar de estar entupido - era ouro sobre azul...

Mas, seja como for, não consigo dormir porque deve ter-me dado qualquer coisa semelhante a uma epifania e finalmente percebi qual é a melhor sensação que guardei dos tempos de estudante: a satisfação de estar em casa. E não me estou a referir à casa dos meus pais. Nada disso! É mais aquela sensação de  estar cada vez mais perto de casa, à medida que vamos vendo a paisagem a mudar ao longo da viagem. Como se a paisagem aqui fosse mais nossa, mais acolhedora, mais familiar. Como se não houvesse nada semelhante em mais lado nenhum. Ainda me recordo de ver a estação de Portalegre, ainda a uns 10km de distância da cidade, e ficar mais tranquila por estar quase em casa. E de repente dei por mim a pensar nisto...

Não quero com isto dizer que tenho saudades de viver em Évora ou algo que se pareça. Estou a viver em Castelo de Vide há pouco mais de um ano e apesar de me sentir cá bem, tenho saudades daquela estranha sensação que nunca mais senti: a sensação de voltar a onde pertenço. Posso não estar a fazer muito sentido, mas hoje deu-me para aqui. E logo por azar a uma hora destas :) Se nada disto fizer sentido é porque isto não passou de uma rabujisse de sono. Fica o aviso!
 

2 comentários:

  1. Gostei tanto deste post! Vi-me tanto nele ...

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  2. Que alívio! Afinal não era só o sono a falar e o texto fez mesmo sentido eheh

    Que saudades destes tempos :)

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