Rota da Água

No passado dia 5 de Agosto, realizou-se em Castelo de Vide a Rota da Água, inserida nas actividades locais para os visitantes do Andanças. Como já vos tinha contado, eu fui uma das guias deste passeio e hoje venho partilhar convosco como correu. Eu própria já tinha testado o percurso há alguns meses, de modo a perceber se todos os caminhos estavam limpos e de fácil acesso e também para saber mais ou menos quanto tempo seria necessário para completar o percurso. 

Apesar do tema principal nos lembrar apenas estruturas relacionadas com água, como fontes, ribeiras, rios entre outros, o nosso principal objectivo era dar a conhecer diversos pontos de interesse turístico da nossa vila, contando um pouco da sua história. Para quem não conhece Castelo de Vide, é importante referir que esta vila teve um papel muito importante para a comunidade judaica, que foi expulsa de Espanha, deixando inúmeras marcas da sua presença um pouco por todo o lado. É muito comum encontrar as típicas portas ogivais, bem como algumas gravuras cravadas nas paredes das casas que albergaram os judeus.

Também foi visitada por D. Pedro V, que carinhosamente baptizou Castelo de Vide como Sintra do Alentejo, e que procurava as nossas águas minero-medicinais para cura de uma doença de pele. Sabiam que no século XVIII era possível contar mais de 300 fontes só no nosso concelho?

E muito mais se conhece de Castelo de Vide pelo país fora: a Quinta das Lavandas, o Capitão Salgueiro Maia, a água Vitalis, a Oficina-Museu do Mestre Carolino...

Na terça-feira tínhamos o passeio marcado para as 9h da manhã, pois já contávamos que o calor apertasse. Infelizmente, para quem acampa no festival e acaba por ouvir música pela noite dentro, as 9h da manhã são muito ingratas... Mas ainda contámos com 9 resistentes que quiseram vir conhecer-nos. O sol estava tímido, tal como nós, e fazia um pouco de frio. Os participantes trouxeram as suas canecas de alumínio do festival, não só para saciar a cede durante o percurso, mas para degustar a água das diversas fontes. Com as explicações acabei por não ter oportunidade de tirar fotografias do percurso, mas podem vê-lo aqui. 

Por volta das 10h encaminhámo-nos para a fábrica da Unicer, onde é feita a captação e o engarrafamento da água Vitalis. Sendo esta um rota da água, não podíamos deixar de fazer esta visita guiada. E para nós, guias, também foi interessante. Lembro-me de ter feito uma visita pela escola, quando era miúda. Mas para além de já não me lembrar de quase nada, muita coisa mudou nestes anos. Os visitantes também ficaram surpreendidos, pois não sabiam que a água Vitalis, que ficou muito conhecida por patrocinar a Expo98, era engarrafada em Castelo de Vide. 

Deixo-vos algumas fotos da visita:

No final acabámos por ter que encurtar o percurso, pois a visita à fábrica levou-nos um pouco mais tempo do que o esperado. Mas o feedback foi positivo e os participantes gostaram da experiência. Uma das senhoras que veio connosco contou-me que tinha ficado hospedada na vila no ano passado, também na altura do festival Andanças, e que aproveitou para conhecer a vila. Ainda assim, conseguimos mostrar-lhe sítios diferentes por onde ela nem tinha passado no ano anterior. Fiquei satisfeita com este testemunho.