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sábado, 27 de setembro de 2014

Duas edições, o mesmo livro

Hoje, depois de almoço comecei a discutir com o meu pai um sitio apropriado cá em casa para colocar uma nova estante. Já tinha pedido à minha mãe para tirar aquelas loiças que toda a gente tem de exibição nos armários de sala, mas como a resposta foi um redondo não, vou ter mesmo que fazer o investimento. A sério, não seria mais útil ela ceder-me o espaço para por alguns livros, em vez das terrinas e das chávenas que ninguém usa? Mas a casa não é minha, não sou eu que mando na decoração e não posso simplesmente aparecer aqui com um armário novo e pô-lo onde quiser. 

Entretanto já tenho um cantinho estudado juntamente com o senhor pai e aprovado pela dona mãe e já só falta mesmo a estante. Talvez esteja para breve... 

Com isto tudo, acabei por andar a mostrar ao meu pai algumas das minhas mais recentes aquisições, com especial orgulho nos clássicos da Civilização, que apesar de estarem expostos na sala de estar, ele ainda não tinha reparado. Também ainda só são cinco, passam bem despercebidos. Tentei sondá-lo para ver se ele acertava no preço de cada livro e acho que ficou surpreendido quando lho revelei. A verdade é que há muito que o meu pai perdeu o hábito de ler, agora só diz que lhe dá sono, mas ainda me lembro de quando era pequena, o ver de volta de algumas colecções que ele comprou na sua juventude. Confesso que sempre tive algum respeito pelos livros do meu pai e não me lembro de alguma vez lhes ter mexido, a não ser para lhes limpar o pó. E por isso, nem sabia ao certo sobre o que tratavam. 

Posso também dizer que, apesar de há muito tempo ter perdido o hábito de ler, o meu pai é talvez a única pessoa que não me mói o juízo por causa da quantidade de livros que compro. Ou pela bagunça em que o meu quarto se encontra por causa da falta de estante - como podem imaginar, é um problema sério. A última prenda que o meu pai me ofereceu, digna de ter esse nome, foi o livro do Mo Yan Peito Grande, Anca Larga, que eu cismei que queria ler mas ainda não li. Normalmente bem posso pedinchar bugigangas que ganho sempre as mesmas. Mas naquele dia calou-se enquanto eu argumentava, sem parar, os motivos pelos quais eu não iria sobreviver se não levasse o livro para casa naquele momento. E eu falei e insisti e contei o dinheiro que tinha na carteira e faltava-me só 10 euros para poder comprar o livro. E no fim, ele estendeu-me uma nota para comprar o livro na totalidade e disse-me, muito calmamente, que gastar dinheiro em livros nunca é mal gasto. E depois rematou com um "só não digas à tua mãe!" Ok, combinado :)

No meio dos livros que lhe mostrei hoje, houve um que saltou à vista na colecção dos clássicos: Quo Vadis. Comprei-o já este mês, depois dos meus anos e vou mostrá-lo melhor no próximo post sobre novas aquisições. E qual não é o meu espanto quando ele me disse imediatamente que tinha aquele livro. A principio não acreditei, pensei que estivesse a fazer confusão. Eu mesma só conheci o livro este mês. E depois ele mostrou-me a sua edição, que neste caso se divide em dois volumes:


Esta é a segunda vez que me deparo com um livro antigo do meu pai, que eu adquiri entretanto sem saber que ele tinha um exemplar. Um dia mostro-vos o outro livro com que isso aconteceu. Para já fica a pergunta: qual das edições gostam mais?

2 comentários:

  1. Olá,

    Bem tens que arranjar uma estante maior lol, começas a não ter espaço para tantos livros, mas nisto os nossos pais tem muita coisa, devo ter trazido mais de 20 livros da casa da minha mãe o mês passado entre os quais vários do José Rodrigues dos Santos e ao arrumar no sotão descobri que já lá tinha tantos por exemplo da Agata Cristhie :D

    Pronto se não quiseres, ofereces ehehe, ou fazes um passatempo no blog :D

    Situações curiosas sem duvida :)

    Bjs

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    Respostas
    1. Bons livros, sem dúvida. Também gostava de fazer a coleção da Agatha Christie, mas assim não há estante que me valha.

      Não faço nada! Não me desfaço de livros, seja por que motivo for :)

      Sem dúvida que é curioso. O outro livro com que aconteceu ainda é mais velhinho que este. Qualquer dia tenho que mostrar num post também.

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