O Espelho Quebrado

O Espelho Quebrado, de Brian Keaney, é o segundo livro da trilogia As Promessas do Dr. Sigmundus. Terminei a leitura há alguns instantes e posso dizer-vos que estou ansiosa por começar o último livro. Há pouco cheguei a ir confirmar que são mesmo só três livros, pois o rumo que a história está a levar... hum... não sei como vai ter uma conclusão só com mais um livro. Mas cá estarei para ver!

Fiquei muito contente por descobrir que este livro já não tem tantos erros ortográficos nem foram engolidas palavras, como aconteceu no primeiro livro. Talvez tenham tido mais um tempinho para fazer a tradução. Ainda escaparam aqui algumas coisas, mas ok, não bato mais no ceguinho. 

No final do primeiro livro, assistimos à invasão das tropas do líder na cidade em ruínas, que obrigou os Púca a fugir para um novo abrigo. Durante o confronto, Bea ficou gravemente ferida o que levou a que Dante e Albigen a deixassem aos cuidados do hospital da cidade mais próxima. Claro que, tratando-se de rebeldes, não puderam identificar a rapariga nem acompanhar a sua recuperação e, apesar da relutância de Dante, abandonaram a Bea, com esperança que ela melhore e possa mais tarde reencontrá-los. Ficamos também a saber que o suposto Dr. Sigmundus, não passa de um corpo velho que está a ser usado por uma criatura oriunda de Nakara, que é qualquer coisa como um inferno, e que esta criatura procura um novo alvo, mais jovem, e que possa controlar a força odílica (aka Dante, óbvio!)

Neste capítulo os personagens encontram-se separados e, cada um à sua maneira, tentam a todo o custo regressar para junto dos Púca. Achei engraçado que a Bea tenha sido enviada para um "convento de freiras", para se redimir pelos seus pecados após ter fugido de casa com Dante e por se ter juntado aos rebeldes. E achei engraçado precisamente pelo paleio e pelos castigos que são aplicados às noviças, sempre em nome do líder e não em nome de um Deus. Nesta história não existe tal coisa! Os próprios sermões das missas, baseiam-se nas promessas do líder. A autoridade máxima é o Dr. Sigmundus, que concedeu o dom da Ícor. Nem uma única vez vi referências ao criador da humanidade. Gostei deste detalhe. 

Devo no entanto dizer que, apesar de estar a gostar da história, a escrita do autor não me convence muito. Está simples e lê-se bem, mas fico com a sensação que estou a ler um livro de um amador. E se calhar até é... Não conheço o escritor, nem nunca tinha ouvido falar dele antes desta trilogia, e não sei se tem mais alguma coisa publicada. Mas estava com esperança que ao longo dos três livros, a escrita evoluísse. A sorte é que gosto mesmo da história e acho que com um discurso mais rico e mais trabalhado, os livros ficavam muito bons. Mas gabo-lhe o esforço. 

Outra coisa que notei durante a leitura deste capítulo foi que estava constantemente a vir-me à ideia o livro Bons Augúrios do Neil Gaiman. Não que as histórias sejam parecidas e muito menos a escrita. Se calhar é por causa destas criaturas estranhas que surgem com o intuito de criar destruição por onde passam e que na minha cabeça se assemelham a pequenos diabretes. Não sei, só sei que aconteceu...

Amanhã ainda não devo começar a leitura do terceiro livro porque (muito discretamente vou contar-vos que) faço anos e já tenho outros planos mas assim que tiver um tempinho pego-lhe logo!! Estou ansiosa por ver como isto acaba!