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sábado, 11 de outubro de 2014

A Mulher que Sabia Tudo

A Mulher que Sabia Tudo, de Santos Costa, despertou em mim sentimentos um pouco contraditórios. Não que a história não seja boa, porque é de facto, mas porque me deparei com um protagonista que me irritou solenemente pela sua maneira de ser.

Não chegamos a saber o seu nome,  mas a história é relatada na primeira pessoa, numa sucessão de acontecimentos que o arrastam para a investigação de um crime. E não, o protagonista não é agente da polícia, nem detective, nem algo que se pareça. É um mero funcionário das finanças, que se considera um Don Juan e não exita em socorrer uma dama em apuros.

E porque não gostei deste personagem? Ao início nem eu mesma estava a perceber bem o motivo. Mas este ar de galã, tão gabarola das suas conquistas, tão cheio de si... Fez-me lembrar um amigo meu que também é um pouco assim e que, no fundo, é tudo paleio. Quando me apercebi disto, lá dei tréguas ao rapaz e segui a leitura mais calmamente. E teria corrido muito bem, se lá para o final da história não se tivesse saído com uma frase completamente hipócrita. Pois, porque um homem que gosta imenso de brincar com os sentimentos da namorada, a Anabela (que só pode ser uma tontinha), que faz o que lhe dá na real gana e mente com quantos dentes tem na boca, ainda tem a lata de dizer que não gosta de ser enganado, principalmente quando é por uma mulher... Pois é, meu menino, cada um tem o que merece!

Mas, verdade seja dita, esta personalidade do protagonista deu azo a umas quantas situações que ainda me soltaram algumas gargalhadas e a sua veia de Hercule Poirot não deixou de ser interessante. Quem me acompanha sabe que eu não resisto a um bom policial e que também gosto muito de Agatha Christie. Notei algumas semelhanças na forma como a investigação foi conduzida, o que me leva a crer que o autor também deverá ser fã do detective belga. Já encontrei crimes bem mais macabros ou difíceis de decifrar do que este, mas a verdade é que nem com um leque de suspeitos reduzido consegui descobrir o verdadeiro assassino. De qualquer forma, sou da opinião que quando percebemos logo quem é o assassino, alguma coisa não está bem...
 

Recomendo :)



Sobre o autor:


Fernando Jorge Dos Santos Costa

Nascido em Lisboa no dia de S. Valentim do primeiro ano da segunda metade do séc. XX
Fez a vida profissional como Funcionário das Finanças; aposentado como chefe de finanças.
Escritor, com mais de meia centena de obras publicadas, nos géneros: romance histórico; monografias; estudos; biografias; investigação etnográfica; contos; banda desenhada.
Dirigiu jornais e revistas, promoveu um programa diário de rádio, foi ilustrador de livros e cartunista num semanário de Lisboa. Colaborou em revistas de semanários e diários da capital. Escreveu cerca de duas centenas de contos para uma revista feminina.
Obteve dois prémios literários.
Este é o seu primeiro romance policial.


4 comentários:

  1. Ois miga,

    Bem pelo que percebo iniciou-se bem a parceria com a Editora, temos um policial com um personagem que mexe com os nossos nervos lol e o assassino não é facil de se descobrir, fico contente que tenhas gostado, quem sabe não venha a ler ;)

    Bjs e boas leituras

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    1. Pelo menos com os nervoas das mulheres, deve mexer!

      Se pensarem em ler é uma boa aposta. Ao inicio não gostei muito, parecia muito lento e a personagem feninina pareceu-me um pouco sonsa, mas a partir do capítulo 4 já não consegui pousar. Leu-se muito bem :)

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  2. Respostas
    1. Olá Sónia,

      Foi precisamente o que me chamou a atenção :)

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