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sábado, 1 de novembro de 2014

O Problema Não És Tu, Sou Eu

Sim, eu comprei o livro da Ana Garcia Martins. Eu sou muito céptica em relação a este tipo de literatura, mas a verdade é que fiquei curiosa com que a Ana poderia ter a dizer sobre um tema tão vasto, como é o das relações. E quanto ao género literário em que o livro se insere, nem sei se o posso catalogar como um livro de auto-ajuda, pois não tendo propriamente uma lista de passos a seguir neste ou naquele caso, torna-se muito difícil não nos revermos nas suas palavras e em muitas das situações aqui descritas. Por isso sim, eu comprei o livro da Ana e li-o de uma assentada. Não tivesse ido sair com amigas a noite passada e este review teria saído no próprio dia em que iniciei a leitura.

Quando olhei para a minha banca de cabeceira reparei que já lá estavam 3 livros em modo "a ler", mais o cadernino de apontamentos que em apenas meia hora de leitura, já tinha 4 páginas de apontamentos a incluir nesta review. E eu raramente tiro notas! Ontem senti essa necessidade para não me esquecer de algumas coisas.

Acho que um dia, se tiver uma filha nos seus 15 anos, lhe vou passar este livro como uma leitura obrigatória. Isto porque foi mais ou menos aos meus 15 anos, talvez perto dos 16, que conheci o primeiro patife da minha vida. Desconfiei das suas intenções desde o primeiro dia e, mesmo assim, lá fui dando o benefício da dúvida e acabei por cair como uma parvinha. A verdade é que não levou nada demais, que aos 15 anos eu não era dada a grandes frescuras. Felizmente, nesse campo encontrei um verdadeiro príncipe encantado que, se eu acreditasse em namoros à distância, quiçá não estaríamos ainda juntos. Mas isso são sses e mais sses e não vale a pena ir por esses caminhos.

Quanto ao traste, andou dois anos a pedir desculpas por tudo o que me fez. Não sei se por arrependimento ou se gostava que eu voltasse a cair na cantiga. Verdade é que fez sempre tudo por sms, que isto de dar a cara não é para todos. E isto para dizer o quê?? Ah sim!!! Se aos 15 anos alguém se tivesse sentado à minha frente e me tivesse posto os pontos nos is, a propósito de homens em particular e relações em geral, talvez as coisas tivessem sido muito diferentes. E é mesmo isto que o livro faz: conta-nos a verdade como ela é, sem paninhos quentes e pela perspectiva de alguém que já viveu mais do que eu. E aqui refiro-me tanto à Ana, como às amigas que são constantemente referidas a título de exemplo (a não seguir), ao longo da narrativa. 

De certeza que ainda assim encontraria mais patifes na vida (sejamos realistas, eles estão por todo o lado), mas com certeza teria mais maturidade para lidar com eles. Ou talvez não, que estas coisas do coração não são nem um bocadinho lineares. E eles apareceram realmente e eu, que não sou excepção a nenhuma regra, caí e caí e voltei a cair. Quando o meu namorado me conheceu (coitadinho, nem lhe liguei nenhuma....) eu estava mais fria que um cubo de gelo e a única certeza que tinha na vida era de que não queria começar tudo de novo (que chatice....). O mais engraçado é que a Ana refere no livro que foi nestas condições que conheceu o marido. Será que temos todas que andar na lama e desistir dos homens para aparecer um que valha a pena? 

Revi-me em tantas perguntas que a Ana coloca ao longo do livro que se fosse a enumerar todas nunca mais daqui saíamos. Recordei tanta coisa que eu gostava de esquecer mas que, na verdade, me marcou de tal forma que já faz parte de mim e molda o que sou hoje e, possivelmente, o que me tornarei amanhã. Como mulher é agradável perceber que não nos acontece só a nós, que não temos azar na vida enquanto o resto do mundo vive contos de fadas e a culpa, a maior parte das vezes, é mesmo deles (desta nunca duvidei). 

Recomendo :)

By the way... Adorei a capa!

5 comentários:

  1. Olá,

    Bem duas situações, por um lado dá para ver que foi um livro com o qual te identificaste bastante, gostaste imenso de ler e sem que te tenhas apercebido partilhaste momento que acabaste de viver na tua adolescencia :)

    E não sabia que tiravas apontamentos, nunca o faço mas dá jeito sem duvida :)

    Bjs e bom domingo

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    1. Olá Fiacha

      Acho que todas as mulheres se conseguiriam identificar com um ou outro capítulo do livro. Tu és homem, talvez não percebas, mas a Ana conseguiu levantar uma série de perguntas que fazem realmente parte do nosso dia a dia e contribuem para umas quantas crises existenciais. Enfim, mulheres...
      E não costumo tirar, é muito raro. Na maior parte das vezes consigo lembrar-me bem de tudo. Mas às vezes estou a ler e encontro alguma coisa que não que não quero mesmo deixar de referir mais tarde e vou apontando.

      bjnhos e bom domingo

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    2. Ois,

      Sim compreendo, embora considere que seja uma leitura interessante quer para homens quer para mulheres, afinal nada como se saber pelos problemas que os filhos podem passar :)

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  2. Depois tens que me emprestar este :D hihi

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