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quinta-feira, 9 de abril de 2015

# 1 - O que pode Acontecer num Segundo

Lembram-se do meu livrinho e escrita criativa? Aqui fica o primeiro tema!

Era Páscoa e estava de volta a casa para passar uns dias com a família. Há muito que se tinha aventurado em busca de independência mas nestas ocasiões, sempre que possível, voltava às suas origens. A Páscoa era a festividade que mais gostava na sua terra pois era repleta de tradições nunca vistas parte alguma. Naquela noite de sexta-feira santa tinha combinado um jantar com os amigos dos tempos de infância, aproveitando que estavam quase todos de volta. Arranjou-se, coisa inédita nela, e lá foi recordar os bons momentos, como sempre acontecia quando a trupe se juntava, ao sabor de algum prato de peixe. Pois, não nos podemos esquecer que era sexta-feira santa... Esta teoria de só se comer peixe nesse dia sempre a fez revirar os olhos. Será que em mais de dois mil anos, as pessoas continuavam a não perceber o verdadeiro significado de "não comer carne"? Enfim...

A noite estava muito fria, como há muito não acontecia numa Páscoa de Abril e, para cúmulo, o único bar onde os amigos estavam dispostos a passar o serão estava a rebentar por todos os cantos. Só queria ir para casa mas, por outro lado não queria perder a oportunidade de estar com os seus amigos de infância. E não era só isso. Estava sozinha há três meses e, apesar de a ferida já não doer tanto como no início, ainda lhe custava encarar a solidão de frente. Aos poucos iam-se acostumando uma à outra, mas mesmo assim... Enquanto ali estivesse, acompanhada e a divertir-se, não pensava no que já não importava. E assim se foi passando o serão até que, subitamente, o telefone tocou:

-Tiago!! Estás por cá? Sim, estou na vila. Sim eu espero, claro! Não me digas que é hoje que me apresentas o teu amigo Samuel (risos).

O Samuel. Nunca tinha visto tal pessoa à frente, mas há meses que o Tiago não lhe falava de outra coisa. Aquele amigo, tão simpático, tão trabalhador, perfeito para ela... Mais uma vez, ela revirava os olhos. Insistia que não queria conhecer Samuel nenhum, estava muito bem sozinha. Para ser sincera, a perspectiva de começar uma relação desde o início parecia-lhe muito cansativo. E se desfecho seria o mesmo de sempre, para quê chatear-se?? Mas o Tiago parecia possuído pelo génio do mal e não descansou enquanto não levou a sua avante.

Ela já estava gelada até aos ossos, mal sentia os dedos dos pés ou mesmo o casaco sobre os ombros, quando o Tiago chegou acompanhado por três amigos. Cumprimentou-a com o mesmo carinho de sempre e passou às apresentações. Já não bastava mal sentir a cara, ainda tinha que andar a dar beijos àquela gente. Mas seja! Eram o Luis, a Telma e, por fim o Samuel. Assim que ouviu o nome o seu olhar cruzou-se com o do Tiago. Olhava-o como se dissesse "sacana, já me enganaste!" e muito a custo disfarçou e cumprimentou o rapaz. Felizmente nunca mais o iria ver depois daquela noite. Era giro que doía, mas também era o tipo de rapaz que nunca olharia duas vezes para ela. 

O que ela não sabia é que, naquele momento, algo mudou. Aquele nervoso miudinho da vergonha não estava apenas a roê-la por dentro. O Samuel nunca tinha ouvido falar "naquela" amiga do Tiago, e nunca pensou que nessa noite fria de Páscoa a sua vida mudasse de tal forma. Num segundo, ele apaixonou-se. 

Muito lamechas, bem sei! Ainda assim, tudo verdade. Se quiserem tentar a vossa sorte neste tema, depois contem-me como correu!

2 comentários:

  1. Uhhhh **
    Quero ler mais exercícios teus ** Gostei muito - retirava dali uma personagem, mas pronto, tu sabes.

    Beijinhos e boa "escrita"

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    1. Ahahahaha estava a escrever isto e lembrei-me de ti. Não fosse uma personagem importante na história e fazia-te a vontade :) Enfim, o meu primeiro peidinho literário LOL

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