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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Rainha Vermelha

Victoria Aveyard tem apenas 24 anos e é formada em Escrita de Argumentos, pela Universidade do Sul da Califórnia. Depois de perceber que já todas as histórias boas (e más) foram adaptadas para o grande ecrã, decidiu escrever a sua: Rainha Vermelha.

 Assim nasceu mais uma distopia - sim, mais uma!

Rainha Vermelha apresenta-nos uma sociedade divida pela cor do sangue. Temos os Prateados, que são vistos como deuses que habitam a Terra, ricos e poderosos; e os Vermelhos, que são comuns mortais e que vivem para servir os nobres prateados. E depois temos a Mare Barrow, a nossa protagonista. Uma ladra ágil, de sangue vermelho que, inexplicavelmente, tem poderes como os prateados e subitamente se vê escondida no meio da corte, noiva do príncipe Maven e cúmplice da revolução organizada pela Guarda Escarlate.
Antes de começar a leitura evitei procurar opiniões e outros comentários acerca do livro, porque queria descobri-lo por mim própria. Mas acabei por tropeçar em alguns leitores que achavam a Rainha Vermelha como uma certa mistura de Hunger Games, The Selection e mais uns quantos livros dentro do mesmo género distópico. 

A minha biblioteca é um bocadinho limitada nesta área, mas consegui perceber as semelhanças com Hunger Games, pelo menos. Começando pela divisão da sociedade em Prateados e Vermelhos, onde os Prateados me lembraram os habitantes do Capitólio, com as suas roupas de ceda, as casas de luxo e a boa vida, em geral. Também as aldeias Vermelhas me lembraram a divisão por distritos, onde os habitantes vivem como escravos, passam fome e são enviados para a guerra ao atingirem a maioridade. E por fim, a própria família de Mare, que se torna semelhante a tantas outras porque uma vez mais tem a tal irmã mais nova. Que nervos!

Mas rapidamente percebi que me precipitei a julgar a história neste aspecto, porque Gisa não é a típica miúda chorona que todos protegem como se fosse de vidro. Ela é, na verdade, o único sustento da família, o orgulho dos pais, e rouba uma boa parte do brilho à protagonista. Ora aqui está algo de novo!

 Depois temos alguns personagens masculinos que apimentam um bocadinho a história:

  • Kilorn aka Gale
  • Cal, o herdeiro do trono
  • Maven, o noivo de Mare
Excepto em livros policiais, nunca tive tanta dificuldade em confiar nos personagens de uma história. Começando pelo Gale... perdão, Kilorn! Surge logo no início do livro e é o melhor amigo de Mare. É pescador mas acaba por perder o emprego quando o seu mentor morre e isso significa que vai ser convocado para a guerra. Aparece a meio da noite à porta de Mare, a chorar de medo pelo seu destino e ela acaba por fazer tudo ao seu alcance para evitar que ele parta (o que a leva a ser descoberta e ameaçada pela corte, que a impede de voltar a casa e rever a sua família), para no fim ele se juntar de livre vontade à Guarda Escarlate e ir para a Guerra! F*ck logic...

 Depois temos Cal, o príncipe herdeiro com um certo charme de bad boy, que ora é um amor, ora é frio como gelo.

E por fim Maven, o segundo filho do rei que obrigam a ficar noivo de Mare para que a possam integrar e, ao mesmo tempo, esconder na corte prateada. O único problema com este personagem é que é demasiado bom para ser verdade! Passei quase todo o livro com esta ideia na cabeça, tentando aceitar que talvez as suas intenções fossem realmente genuínas.

Só que a Mare, apesar de sentir carinho por Kilorn, amizade por Maven e desejo por Cal, no fundo está-se a marimbar para os sentimentos deles. A prioridade dela é a igualdade de espécies, a revolta, a guerra. Namoricos são a última coisa que lhe importa e isto sim, foi uma lufada de ar fresco nesta coisa das distopias. Não percebo a necessidade que os autores têm em criar pares românticos logo nas primeiras páginas. Lembro-me que essa foi uma das críticas que teci ao Complexo dos Assassinos, porque aquele súbito romance entre os protagonistas não me convenceu. A autora poderia ter desenvolvido a história de modo a que se tornassem cúmplices e companheiros na mesma missão, e deixasse o romance para mais tarde. Até a Katniss acaba por por os seus sentimentos de parte em prol da revolução. E talvez tenha sido precisamente isto que me fez adorar a Rainha Vermelha.

O final foi uma autêntica roleta (que por muito que queira desenvolver nesta review, não o consigo fazer sem dar spoilers). Acabei por atribuir 5* no Goodreads apesar da minha "regra" de não dar mais de 4* no início de uma série. Mas que posso dizer? Perdi a cabeça...

Recomendo a leitura!
E por aí, já mais alguém leu? Partilhem comigo o que acharam :)


11 comentários:

  1. Olá Sofia
    Também li este livro recentemente, e gostei. Mas dei apenas 4 estrelas, porque estava à espera de um bocadinho mais. Mas acho que o próximo promete :)
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Olá Sara,

      Eu acabei por ficar satisfeita por ler uma distopia que não falha nos mesmo pontos de tantas outras. Já valeu a pena. E adorei a escrita da autora, que ainda por cima é tão novinha.

      Espero que o próximo consiga manter a qualidade (que é o eterno problema das séries).

      beijinhos e boas leituras

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  2. Olá, Spi,
    Pronto, convenceste-me! Acho engraçado a divisão ser feita consoante a cor do sangue. Muito alienígena...

    Beijinhos

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  3. Viva,

    Bem se tivesse lido este post ontem tinha-o incluido numa listinha que fiz à SDE, está visto que tenho que ler, acho que ainda vou a tempo, muito bem :)

    Bjs e boas leituras

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    1. Também enviei hoje a minha lista, vamos lá ver o que me enviam desta vez :D

      Andei a ver as novidades no site da editora e há lá uns quantos romances históricos que prometem. Há um que até é na época da nossa dinastia filipina.

      Manda mensagem à Inês, de certeza que ainda vais a tempo de incluir este na lista

      beijinhos e boas leituras

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    2. Verdade,

      Mas vou esperar e quando acabar um peço, pois vários apenas saem em fevereiro :D

      Ultimo Reino do Cornewll é muito bom ;)

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    3. Eu tive dificuldade em escolher os livros acabei por só escolher romances históricos :)

      Também vi esse, pareceu-me porreiro. Mas não o inclui na minha lista

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  4. Olá Sofia!
    Esta é mais uma saga que ainda não me decidi mas gostei muito da tua opinião e convenceste-me mais um bocadinho ;)
    Beijinhos

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    1. Olá Tita,

      Percebo-te, é começar mais uma série. Para ser sincera só depois de receber o livro e de o registar no goodreads é que percebi que estava a pegar numa série. Mas lê-se bem. Se algum dia ponderares ler, é uma boa aposta. Pelo menos o primeiro livro, é. O segundo, cá estaremos para ver

      beijinhos

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  5. Bem, a tua opinião deixou-me cheio de vontade de ler esta coleção! Se me encontrava curioso e sem saber se lia ou não, agora talvez esteja mais próximo de o adquiri... :)

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    1. Olá Diogo,

      Este surpreendeu-me pela positiva. Se pensarem em adquirir, espero que também gostes :)

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