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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Aicha - A Bem-Amada de Maomé, de Marek Halter

Aicha - A Bem-Amada de Maomé, encerra a série As Mulheres do Islão, da autoria de Marek Halter e editada pela Editorial Bizâncio. A série que se inicia com Khadija, a primeira esposa do profeta, relata-nos a vida de Maomé, desde que dirigia caravanas comerciais pelo deserto e após a aparição do anjo Djibril que lhe transmite a palavra de Deus. De uma forma romanesca, a história é relatada pelas três mulheres que marcaram a sua vida, que o acompanharam, protegeram e apoiaram, cada uma de sua forma. 

Tendo em conta que o livro encerra a trilogia, qualquer detalhe acerca da história acabará por ser um spoiler a quem queira descobrir esta leitura. Por isso, opto por não entrar em detalhes sobre este livro. Posso, no entanto, falar-vos no quanto esta leitura foi deliciosa. Se por um lado não sou uma pessoa religiosa, por outro adoro este género de livros que nos relatam o nascimento de uma religião. No caso deste capítulo, dedicado a Aicha (supostamente relatado pela própria) conseguimos perceber de que forma o Islão esteve em tempos ligado ao Judaísmo e até a Cristianismo e como, após a morte de Maomé, os crentes de Allah se dividiram em Sunitas e Xiitas, cujo confronto perdura até aos nossos dias. 

Apesar de não ter avançado para esta leitura com o intuito de perceber o que se passa na actualidade, o livro acabou por me dar alguns esclarecimentos nesse sentido. Aicha é um romance histórico que também suscita a reflexão espiritual. Algumas cenas relatadas na história, bem como algumas passagens retiradas do Alcorão, levam-nos a por a nossa vida em perspectiva. A pesar o "pecado" e a "fé". Recordei-me de alguns ensinamentos dos tempos da catequese e foi impossível não fazer algumas comparações com o Cristianismo. Seremos, realmente, assim tão diferentes? 

Adorei a escrita de Marek Halter. Se no ano passado me orgulhei de descobrir Yasmina Khadra através da parceria com a Editorial Bizâncio, acho que este ano posso atribuir o estatuto a este autor. Houve qualquer coisa na escrita de Aicha que me fez não gostar tanto da leitura como aconteceu nos livros anteriores, mas isso não significa que a história tenha perdido qualidade. Não gostei que os capítulos terminassem com frases do género "e mal sabia eu que ia acontecer isto" ou "Allah não tardou a castigar-me por aquilo", como se o autor quisesse fazer suspense para algo que acabava por ser revelado logo no capítulo a seguir. Irritou-me um pouco, mas consigo perceber que foi uma forma de Aicha se revelar supersticiosa perante a fúria de Allah. Eu sei que, para quem leia esta opinião, o que digo pode não estar a fazer muito sentido, mas se lerem o livro percebem o que quero dizer. Mas fora este pequeno detalhe, a leitura foi tão boa como as anteriores.

Se me perguntarem qual dos livros da série foi o favorito, posso dizer-vos que foi o Fátima. Apesar da doçura de Aicha e da sensatez de Khadija, foi com o orgulho e a determinação de Fátima que me identifiquei. Após terminar esta leitura, o nome de Marek Halter já não me passará ao lado. Se tiverem oportunidade não deixem de ler esta trilogia, garanto-vos que vale muito a pena :)

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4 comentários:

  1. Parece-me tão bem :D estou a pensar apostar nela, se chegar mais um extra...

    beijinhos, spi, e boas leituras

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    1. Se não chegar sabes onde a encontrar. Mas sim, é um bom investimento. Já sabes que gostei muito desta trilogia.

      beijinhos Su

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  2. Olá Sofia,
    Deixas-me muito curiosa com esta trilogia. Vou ter que "investigar" na FLL ;)
    Beijinhos

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    1. Olá Tita,

      De certeza que ias gostar de a ler. Investiga :D

      beijinhos

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