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terça-feira, 10 de maio de 2016

Snobs, há-os por todo o lado

O estudo dos snobs, aqui no Delícias e ali mais ao lado no Voyage, já vai dando para uma tese de mestrado. Sendo o nosso objecto de estudo, em particular, os snobs literários hoje venho dar uso ao meu sentido (e direito) opinativo para criticar um snob de uma área diferente. Por uma questão de bom senso, não vou referir nomes em particular. Não pretendo de forma alguma difamar as pessoas em questão. Quero apenas processar a situação, porque em abono da verdade, não a percebo!

Na semana passada, a terrinha foi palco de um evento que já vem sendo promovido em anos anteriores, noutras zonas do país. Tratou-se uma mostra de cinema e cultura que visa promover e homenagear a nossa herança judaica. Gosto quando a Câmara Municipal aposta em eventos novos e de cariz cultural, são sempre uma novidade. Esta bela vila alentejana, tão rica nesse sentido, juntou-se à festa com a exibição de filmes e curtas metragens sobre o tema, uma visita guiada pela zona da Judiaria e da Sinagoga e contou ainda com a presença e colaboração do reconhecido escritor Richard Zimler. 

Como eu gostava que este post fosse sobre isso! O Richard Zimler e o marido são super simpáticos, sim senhor. Saquei-lhe um autógrafo, pois claro. Só não lhe pedi uma foto porque eu estava no meu local de trabalho e acobardei-me. Ah! O Senhor Zimler ficou hospedado no hotel onde trabalho, caso não se tenha percebido... E quem também por lá ficou, foi a responsável pela organização do evento, com a sua filha. Estão a ver aquelas pessoas que, logo na primeira impressão, mostram exactamente aquilo que são? Assim foi. 

O tempo que se tem sentido por cá, é geral um pouco por todo o país. A chuva, o vento e o frio têm sido bastante desagradáveis, especialmente depois dos dias quentes do início de Maio. Ora estando nós numa zona mais alta, todos esses fenómenos meteorológicos se fazem sentir com maior intensidade.  E verdade seja dita, ninguém gosta de andar à chuva! Pois bem, no primeiro dia da estadia, a senhora pediu para que o motorista do hotel lhe fizesse o favor de a levar, na carrinha do hotel, à inauguração de uma exposição no Cine-Teatro. Ora bem:

  1.  Não temos motorista no hotel (apenas um responsável da manutenção que usa a carrinha para ir às compras)
  2. A carrinha não transporta passageiros, apenas compras e material que é transportado entre os restantes hotéis do grupo.
  3. O Cine-Teatro é literalmente ao lado do hotel. 
Escusado será dizer, que após termos educadamente declinado o pedido à senhora (até porque o funcionário da manutenção tem mais que fazer do que servir de taxista) as restantes deslocações da senhora passaram a ser feitas (precisamente) de taxi. Portanto, com isto já conseguem ver o quanto a senhora se tem em boa conta. 

No entanto, o que me leva a escrever esta crítica é algo pior. Ridiculamente pior. Porque quando as pessoas se acham o centro do mundo, no meio de tanta pompa e circunstância, facilmente passam uma leve linha que separa a boa educação do snobismo, da falta de respeito e até mesmo do vandalismo. Sim, leram bem. Às vezes pergunto-me se as pessoas que se fazem de tão distintas têm noção que passaram certos limites. Acredito que certas pessoas façam coisas desrespeitosas sem se aperceberem, por questões culturais ou mesmo de educação (o que não é desculpa). Mas muitas pessoas fazem-no propositadamente, achando-se no devido direito. 

Acontece que logo no primeiro dia, a senhora pôs toda a gente com os nervos em franja por causa das almofadas do hotel. Insistia que as almofadas eram muito altas e que tinha problemas na coluna e que precisava de uma almofada extremamente fina. Não pretendo desvalorizar os eventuais problemas de saúde da senhora, mas se há uma condição destas, não estaria na obrigação de trazer a sua própria almofada? Desculpem-me a comparação, mas o meu namorado é diabético e não vai para lado nenhum sem levar um frasco extra de insulina. 

Não sei se fui eu que aprendi desde cedo que só posso contar comigo própria em várias situações da vida, ou se são as outras pessoas preferem depender os outros. A verdade é que há coisas que um hotel não tem obrigação de fornecer. Neste caso em particular, a senhora não estaria à espera que alguém lhe fosse comprar, especialmente para ela, uma almofada ortopédica, que deve ser coisa para exceder o custo da sua estadia.... E para quem possa pensar que as almofadas são altas, garanto-vos que são bem fina e moles. Eu era incapaz de dormir com elas sem ficar aflita do pescoço... Acrescento ainda que, normalmente, os clientes nos pedem uma segunda almofada para terem mais volume. 

Mas para a senhora não. Chegou ao ponto de ter 5 almofadas diferentes na cama dela e nenhuma a satisfez. E isto passou-se. A senhora lá acabou por desistir da história da almofada e continuou a ser um nadinha irritante com outras coisas. Mas levou-se... Posso elogiar-lhe a organização do evento que é, sem dúvida, uma boa iniciativa e faço votos para que de futuro cresça e possa abranger mais áreas além do cinema. Tive muita pena de não ter podido participar em nada por causa do horário de trabalho. Adorava ter feito a visita guiada à Judiaria e à Sinagoga e assistido à sessão com o Richard Zimler (que, volto a reforçar, além da simpatia frequente, não deu trabalho nenhum!). Teria sido conteúdo interessante aqui para o blogue. 

Após o final do evento e a respectiva partida da senhora, as funcionárias responsáveis pela limpeza do hotel ficaram indignadíssimas com o que encontraram no quarto ocupado pela dita cuja. Uma das 5 almofadas tinha sido rota e uma boa parte do enchimento foi despejado no balde do lixo do wc. Para além de ter estragado propriedade alheia, que já de si é muito feio, talvez ainda tivesse desculpa por causa do referido problema de saúde. Coitada, não teve outra hipótese... (eu não engolia na mesma, mas pronto) Só que não. O que a senhora fez foi por pura maldade. E digo isto porque a almofada só foi decapitada algures entre o último dia da estadia e o momento da partida. Todos os dias é feita uma ronda pelos quartos onde o wc é limpo, o lixo despejado e as toalhas substituídas. E até a senhora e a filha estarem bem longe, as almofadas estiveram sempre intactas. Digam-me lá: foi, ou não foi, pura maldade?

O que a senhora ganhou com isto, não sei. Talvez tenha desanuviado a frustração por ninguém lhe ter feito a vontade. Mas que ficou muito mal vista, isso vos garanto! 

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3 comentários:

  1. Há gente muito estranha neste mundo ... E digo estranha para não chamar outro nome!
    Beijinhos, Sofia *

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  2. Bem, spi, como te dizia ontem, nem sei por onde começar. Para já, acho uma parvoíce qd os hóspedes não descortinam que não são nenhuns reizinhos no castelo assim que entram no hotel. De certeza que tens pano para mangas com histórias dessas. Eu lembro-me assim de repente de uma senhora que enquanto fazia a reserva pediu para o hotel ter leite de aveia para ela. O sr. J. passou-se lol
    Depois, aquele comportamento final é pura má educação. Deviam enviar-lhe a conta para ver se apanhava vergonha na cara. É uma coisa que... Se um miudo tivesse feito isso, mas um adulto? Ainda para mais uma adulto com uma suposta educação superior? Sim, senhora, belo exemplo de mãe.
    Enfim...
    Ainda bem que o escritor, pelo menos, era simpático :D

    beijinhos

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  3. Olá Sofia
    Essa "senhora" não tem muita educação, não.
    E apesar de estar num hotel, não é como se estivesse em casa. E se é "tão especial" com as almofadas, o melhor seria levar a almofada dela.
    E o que fez no final, é mesmo má educação e maldade. E concordo com a Su, era enviar-lhe a conta!
    Beijinhos

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