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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sobre a questão da falta de financiamento das escolas privadas

Não sou pessoa de discutir politica, até porque não tenho paciência para argumentar contra pessoas que não vêm muito além do seu ponto de vista. Como tal, também não é frequente haver por aqui textos sobre este tipo de assuntos. E a questão dos cortes ao ensino privado poderia igualmente ter passado despercebida, não tivesse acabado agora mesmo de assistir a um vídeo que me deixou fora de mim. 

Ao visitarem a página Manifesto74, podem encontrar o dito vídeo onde o repórter entrevistou algumas pessoas que saíram à rua para manifestar o seu descontentamento sobre o assunto. Estas pessoas, essencialmente pais, constroem toda a sua argumentação sobre o caso em volta da obrigação que o Estado tem em continuar a financiar este método de ensino. Porque para eles o "Estado tem que pagar!", tão simples quanto isto. E falam como se o dinheiro do Estado não saísse do bolso de todos os contribuintes, cuja maioria vive do ordenado mínimo e, face às despesas, não tem outra hipótese senão mandar os filhos para escolas públicas. Continuamos a tirar aos pobres para dar aos ricos. 

Confrontados com esta nova realidade, garantem que o governo do Passos Coelho é que era bom. Esquecem-se das escolas que fecharam por todo o país, obrigando crianças pequenas a viajar dezenas de quilómetros todos os dias para poderem frequentar uma escola pública. Esquecem-se dos alunos universitários cujas bolsas de estudo foram cortadas. Esquecem-se das escolas que, devido aos cortes orçamentais, gerem-se com a falta de professores, ao mesmo tempo que tantos profissionais da área apodrecem no desemprego.
Esquecem-se ou passa-lhes ao lado por não interessar. 

Não está em causa a qualidade do ensino privado, mas isto de andarmos todos a pagar por uma educação de luxo que só alguns vão usufruir, é mais uma piada seca que o Zé Povinho tem que engolir. Quem quiser por os meninos em escolas privadas, que pague! E se o dinheiro que o Estado vai poupar nestas medidas ainda ajudar a endireitar o ensino público, até bato palminhas.

4 comentários:

  1. Concordo tanto contigo! Querem privado, que paguem. Parto do princípio que os fundos que eram aí aplicados passem agora para o público, o que acho muito bem. Não dá para perceber a mentalidade de gentinha desta. Tudo bem que o governo que agora temos se fartou de cortar decisões que foram tomadas pelo anterior, mas concordo - e muito - com esta medida.

    beijinhos

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    1. Também espero que o dinheiro "poupado" nestas medidas seja direccionado para as escolas públicas que precisam muito mais. Ou para o SNS que também está uma vergonha.

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  2. Olá Sofia,
    Tenho andado a "segurar-me" para não falar nisso no blogue, porque é um assunto que me tira do sério.
    Concordo contigo a 100%! Querem que os filhos andem em colégios privados, ninguém os impede. Mas porra, paguem eles!! Não são os contribuintes que têm que pagar.
    Esses fundos poderiam ser aplicados nas escolas públicas, ou então noutras áreas, como por exemplo a saúde.
    Por exemplo, se nós formos a uma consulta de especialidade: dentista, dermatologia, oftalmologia, ginecologista, o que for... pagamos e não há cá nenhuma contribuição do Estado. Quando, na minha opinião, estes serviços deveriam ser assegurado pelo SNS.

    Esta gentinha só olha para o umbigo deles! E sabes o que este grupo me lembra? Aquele movimento dos reformados indignados, que "coitados" tinham visto as reformas reduzidas e agora "só" ganhavam 5000€/mês.

    Tudo isto me revolta!!!

    Beijinhos

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    1. Olá Tita,

      Já nem, me lembrava dessa dos reformados, mas sim é precisamente isso. Eu gostava de os ver a viver como comuns mortais...

      Que gente mais mal habituada. Andam sempre à mama de qualquer coisa. A mim então, ninguém me dá nada (vá fora os livros das parcerias mas isso é diferente porque é em troca de opiniões).

      Enfim...

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