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domingo, 11 de dezembro de 2016

Considerações sobre ir ao dentista

Na adolescência tudo pode parecer dramático. Mas por entre aquelas coisinhas que nos ajudam a sentir deslocados, um aparelho nos dentes parece ser a cereja no topo do bolo. E pior do que um aparelho, é usar toda uma panóplia de arames de diferentes formas e tamanhos, por tempo indeterminado. 

Já não sei precisar ao certo quando comecei a ter acompanhamento no dentista para endireitar os dentes, mas deve ter sido por volta dos 12 anos. A minha boca era um caos, não só por causa dos dentes tortos, mas porque o maxilar superior era estreito e, ao cerrar os dentes, os de baixo desapareciam completamente. Comecei por usar um fixo que todos os dias alargava mais um bocadinho. A dor e a sensação de pressão nas minhas gengivas eram constantes, mas devo ter aguentado cerca de dois anos com aquilo agarrado ao céu da boca. Ao longo deste processo ainda nasceram dois molares (um de cada lado) que eu nem fazia ideia que estavam em falta. 

Depois usei o tradicional aparelho de araminhos, que durou até aos meus 17 anos. Já não podia ver aquilo à frente! Tive colegas que usaram aparelhos semelhantes por pouco mais de um ano e ainda brincavam por não haver maneira de deixar o meu. Parecia que estava numa relação de simbiose com os meus dentes ou lembrava aquelas visitas que aparecem do nada e não percebem quando são horas de ir embora.... Durante todo o processo, o médico considerou ainda um aparelho externo que me dava arrepios só de imaginar, mas felizmente resolveu poupar-me a essa vergonha. No final, depois de remover a ténia o aparelho de araminhos, usei um fixo no maxilar inferior que evitava que esses dentes voltassem a entortar. A parte boa desse aparelho é que era invisível e não incomodava quase nada. 

Acontece que passado quase 10 anos de ter removido o aparelho, noto que os meus dentes já viram melhores dias. Continuam saudáveis e sem cáries mas começam a dar sinal de querer voltar às posições iniciais. Os dentes do ciso também resolveram aparecer e quando o maxilar em questão vem com pouco espaço de origem, é óbvio que isso vai influenciar a estabilidade de todos os dentes. Se não fosse por isto, talvez os dentes continuassem direitinhos. Depois também é preciso considerar o balúrdio que os meus pais gastaram no dentista ao longo dos anos. Já não bastava os aparelhos serem caríssimos, todos os meses tinha as consultas de rotina que muitas vezes se resumiam a trocar os elásticos - que deviam ser caríssimos já que por cada vez que os trocava deixava lá 50 euros pela consulta.

Apesar de não me faltar trabalho, infelizmente tenho as despesas todas da casa a meu encargo. Desvantagens de viver sozinha.... E mesmo que queira investir e iniciar um novo tratamento correctivo, o orçamento não estica e as contas não esperam. No entanto, sei que hoje em dia já existem seguros de dentes e planos de saúde oral que dão descontos no dentista, mas tenho um certo receito de activar um seguro e depois ter uma série de limitações e condições. 

Portanto, da mesma forma que não compro um livro sem procurar opiniões na blogosfera, gostava de aproveitar este post para vos perguntar se conhecem/têm algum seguro ou plano de saúde oral que ajude um pouco nas despesas do dentista. Digam-me aqui nos comentários!

Obrigado :)

9 comentários:

  1. Olá Sofia,
    Felizmente não tenho grande problemas com os meus dentes (já me bastam os meus olhitos míopes =P).
    Nunca usei aparelho (apesar de ter os dentes ligeiramente tortos) mas os meus irmãos usavam e credo, coitados. Principalmente o meu irmão! Tinha imensas dores.
    até aos meus 14/15 anos, ia regularmente ao dentista, mas depois... bem, devo ter estado mais de 10 anos, sem ir lá. E só fui porque os meus dentes do siso me chateavam horrores. E passado uns 2 anos, acabei por voltar e arranquei os 4!
    E confesso, tem que se ter sorte com o dentista. E porquê? Porque o fulano veio com a conversa que o melhor era arrancar o meu dente de leite (sim, sim, eu ainda tenho um dente de leite) e colocar um fixo. Fiquei de pensar mas nunca mais lá pus os pés.
    Mudei para um dentista mais perto de casa, mais barato e super atencioso. A primeira vez que fui, esteve imenso tempo a ver os meus dentes e disse que tirando uma limpeza, de resto estavam impecáveis. E que o dente de leite estava muito bem, sem cáries e sem abanar e portanto continuava onde deveria.
    Sei que deveria ir, pelo menos, no máximo, uma vez por ano, mas as coisas estão complicadas (o dinheiro não dá para tudo, não é?) e por isso, vou aguentando. Mas lá está, não tenho dores, não tenho cáries e até tenho um dente de leite =D (ok, tenho sensibilidade dentária, mas tenho cuidado com as pastas e elixir que uso).

    Quanto a seguros de saúde, não tenho nenhum mas é algo que tenho sempre interesse em procurar. E quando a minha situação melhorar (que gostava bastante que fosse muito em breve), é algo que penso aderir. Mas lá está, também não sei qual é a melhor opção. Por isso, também gostava de ter feedback =)

    Beijinhos

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    1. Olá Tita,

      Antes de mais, obrigado pelo feedback. É uma sorte não precisar de dentista regularmente. No meu caso, fora a questão dos aparelhos, também não costumo precisar muito de lá ir.

      Não sabia que era possível ter dentes de leite aos 35 anos. Mas claro, se é saudável, para quê estar a por um implante? O dentista era um espertalhão!

      Quanto aos planos, deixa ver se alguém ainda nos consegue recomendar alguma coisa de jeito :)

      beijinhos

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  2. Olá, Spi,

    Ihhhh, o bom do aparelho... Bem, felizmente "ainda" não passei por isso, e digo "ainda" pelas minhas "histórias de terror dos dentes do siso". Os malandros não têm espaço e teimaram em aparecer por baixo dos molares - não deram bom resultado.
    Bem, uma das extrações correu bem, mas a segunda foi péssima e acabei por perder um molar, que estava de tal forma preso ao outro que ficou sem força. O próprio dentista diz que essa parte da minha gengiva está "uma trapalhada". E fica a minha dúvida: devo continuar com o meu dentista que reconhece a própria "trapalhada", ou troco para um a quem tenho de explicar toda a "mess" da coisa?
    Entretanto, a saga continua. Lá extraímos um molar de cada lado para os restantes nascerem, mas dói que se farta... Enfim... E bem podia ir a uma consulta, mas pesa na carteira...

    beijinhos

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    1. Olá Su,

      Os bons do dentes do Ciso... Também fiz uma cirurgia há anos para remover um dos de baixo. Não gostei nada! O médico teve que abrir a gengiva porque o malandro não estava sequer para nascer. Mas lá está, não tinha espaço! A recuperação foi horrível. Tinha dores horríveis e passei dias sem poder comer... Mandou-me beber muitos líquidos mas só de inclinar a cabeça para trás, doía. Com isto tomei medo à cirurgia e não fiz mais nenhuma. Por isso é que nasceram os de cima que me entortaram os outros dentes. E ainda falta nascer um em baixo!

      Nem sei o que te recomende, sinceramente. De qualquer maneira podias experimentar só uma consulta com outro dentista para ver o que ele te dizia. Também não convém andar a arrancar molares cada vez que tiras um do ciso... digo eu!

      beijinhos

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    2. Su, grande gafe... Tu falas em dentes do siso e eu invento os do ciso LOL Só eu é que devo ter destes :P

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  3. Olá,

    Bom artigo sem duvida e cada boca é um universo, tal como nos livros.

    Que experiência a tua e por mais voltas que tentemos dar os dentes é algo muito importante nas nossas vidas e que deviamos dar mais atenção, infelizmente no meu caso só vou mesmo ao dentista quando me doi e ai resolvo de acordo com as recomendações que nos são dadas.

    Infelizmente tive que por uma placa, pois caiu-me um dente da frente, custa um pouco mas é tudo uma questão de habito.

    E concordo contigo, os preços são muito caros e não temos apoios do estado o que realmente é pena.

    Bjs

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    1. Olá Fiacha,

      Primeiro que tudo, obrigado pelo feedback. Tens toda a razão, os dentes saudáveis são muito importantes e acho que a nossa sociedade não lhes dá a devida importância. Sabias que para seres operado ao coração, tens que ter a boca bem tratada? Só descobri isto há pouco e não fazia ideia disso.

      O estado infelizmente dá cada vez menos em apoio em todas as áreas da saúde, mas sempre tive a sensação que em relação à saúde oral sempre foi assim...

      Neste momento queria voltar a fazer um melhor acompanhamento. Também só vou ao dentista quando dói alguma coisa, mas queria melhorar isso. E depois então ponderar a questão dos aparelhos....Enfim

      beijinhos

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  4. Olá Sofia!

    As minhas histórias com dentistas também não são fáceis. Sempre tive os dentes tortos desde pequena e o maxilar inferior saliente para fora e um pouco desviado para o lado direito, para além disso tinha um dente que decidiu ser diferente dos outros e estava numa posição contrária porque não tinha espaço quando cresceu. Por volta dos 12 anos fui ao dentista, mais numa consulta de rotina, escusado será dizer que o dentista me quis logo “impingir” o aparelho para os dentes. Os meus pais acharam que na altura ainda era muito nova para usar aparelho e como tinha este problema do maxilar quiseram ouvir outra opinião, então fui a outro dentista e realmente ele disse-me que o meu maxilar ainda estava em crescimento e que ainda era cedo para pensar em pôr aparelho. Ainda me fez um raio-X e fiquei a saber que tinha um dente que em vez de ter crescido para cima decidiu ir situar-se mais abaixo no meu queixo e estava a criar um quisto à volta. Se não tivesse ido a outro dentista e não me tivessem detectado isto a esta hora poderia ter uma grande infecção no maxilar inferior. Lá fiz uma cirurgia naquela altura e como a clínica tinha acordo com a ADSE (na altura era o plano de saúde que os CTT tinham) não tive despesas com a cirurgia. Entretanto os CTT mudaram os planos de saúde para a Médis e as coisas já não são assim tão fáceis. Eu e a minha irmã gémea pusemos aparelho mais ou menos na mesma altura, aos 19 anos, e como tu disseste lá íamos nós todos os meses deixar 100 euros para praticamente nos mudarem os elásticos. Ela usou aparelho durante quase dois anos e eu três anos. Em relação às despesas nesses três anos tive que enviar sempre os recibos para a Médis e tinha que justificar muito bem essas despesas (porque tinham que ser tratamentos necessários, segundo eles) e eles contribuíam com muito pouco, nem metade do valor das consultas davam e o aparelho da noite que tenho que usar tive que dizer ao dentista se me podia passar como um tratamento qualquer para poderem comparticipar com qualquer coisa. Como podes ver as despesas com o dentista a dobrar não saíram baratas e o plano que tenho não é o ideal, pois ainda continuamos as duas a ter que fazer uma visita ao dentista de 3 em 3 meses para fazer limpeza e observação... mas não tenho muito conhecimento sobre outros planos ou seguros de saúde oral, portanto também gostava de saber mais sobre o assunto.

    Beijinhos

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    1. Olá Andreia,

      Só posso imaginar a ginástica orçamental que os teus pais tiveram que fazer para vos conseguir por aparelhos às duas, e ao mesmo tempo! Esse primeiro dentista que te recomendou o aparelho devia querer ganhar o dinheiro e pronto...

      Não fazia ideia que a Médis era tão restrita na comparticipação... Mas sempre é menos essa que considero, claro. No teu caso então, com a cirurgia e tudo, acredito que já não possas ver dentistas à frente. É tudo caríssimo...

      beijinhos

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