Objectivos para 2017

Dá para acreditar que já passou um ano desde a última vez que traçámos novos objectivos? Mas passou e pela primeira vez fico com pena de não ter aproveitado melhor o ano. No que diz respeito a literatura, pelo menos. 

Não sei se convosco acontece o mesmo, mas depois do Natal e do Ano Novo é como se as baterias recarregassem automaticamente. Janeiro e Fevereiro costumam ser, para mim, os melhores meses para leituras. Vai um livro atrás do outro e não há ressaca que me chateie por mais de um ou dois dias. Depois o ritmo abranda. Em abono da verdade, nos últimos anos tenho passado os primeiros meses do ano em casa à conta de contratos temporários que chegam ao fim e por isso sobra-me tempo entre as mãos. Não só com livros mas também com algumas séries que eventualmente estejam em atraso. Em Março volto ao trabalho e tudo é mais limitado.

Este ano, particularmente, o ritmo de trabalho não ajudou e acabei por ficar muito longe de alcançar os diversos objectivos traçados. Por exemplo, não apostei tanto em autores nacionais como queria, não li todos os livros do desafio de clássicos, nem tão pouco cumpri as várias categorias do desafio inverso que parecia ser a melhor aposta para 2016. Por outro lado, apesar de 2016 não ter sido dotado em quantidade, conseguiu compensar em qualidade. Li clássicos, e muito bons por sinal. Li mais do que um livro do Murakami, que é coisa para me deixar super satisfeita. Apostei em autores que receberam o Nobel da Literatura. Estive ao corrente das novidades editoriais e dos novos lançamentos e consegui ainda ler alguns livros acabados de sair. Controlei melhor os gastos, não perdi a cabeça em promoções malucas e apostei mais em livros em inglês (que me ficaram a custo zero). No fim de contas não foi assim tão mau.

No entanto dou por mim a olhar cada vez mais para a estante com algum pesar. Não pela quantidade de livros acumulados ainda por ler, mas por estar repleta de livros que desejo muito ler e que à conta dos quinhentos desafios e livros que vão chegando de parcerias continuam a ficar para trás. Torna-se frustrante. Sinto saudades de deambular pela estante sem saber ao certo que livro vem comigo para o sofá. Sinto falta de me dedicar aos calhamaços porque só me vão atrasar o desafio do Goodreads. Sinto falta de me dedicar mais às leituras que sei que me vão fazer bem em determinado momento.

E onde quero chegar com estas divagações?? Dei por mim em diversas ocasiões a ponderar abdicar de alguma coisa e deixar-me ir, página a página,sem rumo e sem metas definidas. Por isso, 2017 vai ser o ano sem desafios! Nada de leituras planeadas, nada de temas. Está na hora de revirar as estantes.

Aqui vou eu, 2017. Cheia de medo mas também bastante entusiasmada!