Considerando que:
1. Todos devíamos ter em casa uma “ave elegante e espantosa” a passear-se pelo corredor, sala e quartos dos nossos apartamentos, ondulando o longo pescoço negro, as eufóricas plumas.
2. Todos devíamos ter tido uma infância vivida ao lado de pais que se levantassem da cama a dançar “de formas verdadeiramente incríveis”, o pai a levantar a mãe numa volta, deixando-a suspensa no ar e voltando a apanhá-la depois de uma pirueta.
3. E, além desses pais dançarinos, todos devíamos ter a casa da nossa
infância inundada de riso, os pais a fazer cocktails extravagantes, com
pára-sóis de mil cores, azeitonas, flutes e copos bizarros, a casa cheia
de convidados, rumor e festa mesmo ao meio-dia.
4. Todos devíamos ter tido uma mãe que nos deixasse faltar à escola de
manhã e que pusesse na ordem a professora que protestasse, dizendo-lhe: “Nesta
escola o meu filho não aprende nada. Queria que o mandássemos para a
cama quando ele aprende tanto nas nossas festas nocturnas, a ouvir
mentes brilhantes, a galantear plebeias e marquesas. O que é que a
professora quer, que ele seja um manga de alpaca, não é? O meu filho é
um erudito, um pássaro nocturno que já leu três vezes o dicionário e a
senhora quer transformá-lo numa gaivota coberta de óleo a debater-se
contra uma maré negra de tédio! É para evitar tudo isso que ele só vem
às aulas de tarde.”
Tomando
por base, e dando como verdadeiros, legítimos e revolucionários estes
considerandos, a GUERRA E PAZ ergue bem alto o seu protesto e proclama
que a fantasia que já assombra a Europa é a fantasia que vai agora
assombrar Portugal. Bem podem unir-se os velhos poderes – o vetusto
lugar-comum, a sisuda chatice, a inveja escudeirática – nada impedirá o
triunfo desta fantasia cuja musicalidade encantará e apaixonará
Portugal. Esta fantasia chega ao som de Nina Simone. Ela canta Mr. Bojangles. E quando menos esperamos começamos a ler – mas é como se ouvíssemos – a voz de um miúdo que nos diz: “Esta é a minha história verdadeira, com uma mentira aqui, outra ali, porque a vida é, muitas vezes, mesmo assim.”
Todos
sabemos que de vinte em vinte anos há um romance assim. Um desconhecido
escreve um livro e o mundo assombra-se. Olivier Bourdeaut é o
desconhecido da nossa geração. É o nosso desconhecido. Escreveu uma fantasia. Chamem-lhe romance que a Guerra e Paz Editores continuará a chamar-lhe “a verdade”. Só a fantasia é verdadeira, porque só a fantasia nos faz sonhar. E rir. E chorar.
Essa fantasia, esse romance, essa “verdade”, chama-se À Espera de Bojangles. Entrou de rompante pelas livrarias francesas,
a 7 de Janeiro. Conquistou a crítica literária, fez delirar a imprensa
especializada, deixando Holande, Sarkozy e a Madame Le Pen espremidos e
roídos de inveja. Em Bojangles só há um político e chama-se Monte de Lixo.
Bojangles somou elogios e prémios literários à velocidade de uma valsa rápida. Saudado, à esquerda e à direita, pelo Libèration e pelo Le Point, pelo L’Express e pelo Le Figaro, À Espera de Bonjangles já foi comprado por mais de 15 países, incluindo Estados Unidos, China, Israel e Brasil. Foi
galardoado com os prémios Grand Prix RTL/Lire, Le Roman des étudiants
France Culture/Télérama e Prix Roman France Télévisions. Está nomeado para o Prémio dos Livreiros Franceses, Prémio Régine Deforges, Prémio Récamier e Prémio Edmée de la Rochefoucauld.
Jornalista, opinionmaker, Manuel Falcão já leu Bojangles. Leu e dançou toda a noite, como se pode ver na sua coluna, no Jornal de Negócios:
«Confesso
que muitas vezes desligo de um romance às primeiras páginas - mas não
foi o caso desta vez. O romance em causa fez- me ficar acordado uma boa
parte da noite em que escrevo estas notas. O título chamou-me logo a
atenção: "A Espera de Bojangles", uma evocação da canção Mr. Bojangles,
popularizada por Nina Simone. […] É a história de uma família, simples,
bela e triste como as histórias simples são muitas vezes. […] É um
livro fantástico - não só pela atracção que exerce como pela fantasia a
partir do qual é construído. O primeiro parágrafo do romance é assim: "O
meu pai tinha-me dito que, antes de eu nascer, a sua profissão era
caçar moscas com um arpão. Tinha-me mostrado o arpão e uma mosca
esborrachada". Quando um livro começa desta maneira é impossível não
continuar a lê-lo até ao fim.»
À Espera de Bojangles é uma história universal e falsamente ingénua. Traduziu-o Rui Santana Brito.
E o que ele traduziu é uma fábula extravagante, extremamente trágica e
triste, uma história de loucos e demência, onde o quotidiano é uma festa
mais doce que a vida real. Disponível nas livrarias a partir de 4 de
Maio.
Acabado de publicar em Itália e na Suécia. 100.000 leitores em França.
Leitores de Portugal uni-vos. A fantasia espera-vos
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