Encontrei
este texto no blog d'A Pipoca mais Doce e não pude deixar de partilhar.
Está muito bom :)
Os erros ortográficos de
mais cometidos pela internet...
1.Hades
“Hades cá vir
bater à porta! Hades, hades”! Não, não hades. Porquê? Porque Hades é um deus da
mitologia grega, o deus dos mortos, e nada mais do que isso. A forma correcta
desta expressão é ‘hás-de‘, que deriva do verbo haver (como podes verificar nos
diapositivos seguintes, este verbo safado é causador de muita confusão desnecessária).
A expressão ‘hadem’ também não significa o mesmo quehão-de, e essa nem sequer é
um deus grego. É só mesmo uma palavra inventada e feia.
2. Trás/Traz
A cada dia que
passa, lá vemos um pontapé nestas duas palavras que nada têm que ver uma com a
outra. Façam lá o favor de aprender: ‘trás’ é o contrário de ‘frente’ e ‘traz’
é uma conjugação do verbotrazer, na 3ª pessoa do singular. Não podem confundir,
porque estão tão relacionadas uma com a outra como a Manuela Moura Guedes está
relacionada com o avião desaparecido da Malaysia Airlines. “Traz-os-Montes”?
Não! Ninguém traz os montes! “Ele trás o carro” também não está minimamente
correcto.
3. Morto,
morrido, matado
Apesar de
aparecer muito frequentemente na internet e até na televisão (é triste, mas é
verdade), a expressão “depois de ter morto a mulher” está
completamente errada! Morto é a condição de não estar vivo, simplesmente. Ponto
final, não há outro uso para esta palavra. O que se deve dizer é “depois
de ter matado a mulher”, que, apesar de ser feio e de até soar
ligeiramente mal, está mais do que correcto! Portanto parem de dizer “ter
morto”. Quem está morto é o Português, por causa deste tipo de coisa. O mesmo
se aplica a outros verbos, como, por exemplo “ter limpo”/”ter limpado”.
4. Crer/querer
Nós cremos que
não fazem por mal, mas queremos fazer o reparo na mesma. Há por aí muita gente
que, infeliz e injustificadamente, não sabe a diferença entre os verbos querer e crer.
Pois o Cultura X está cá para explicar: crer é o mesmo que acreditar,
e não é, de todo, sinónimo de querer. Ok? Como sabes, dizer “eu creio” não é a
mesma coisa que dizer “eu quero”. “Ó mãe, eu hoje creio comer hambúrguer” não
faz sentido, pois não? Então não confundas estes dois verbos, para o bem de
todos nós.
5. Mais bem,
mais bom
E esta? Ui,
menino! É certo que, em algumas situações, “mais bem” ou “mais bom” devem ser
substituídos por “melhor”. NO ENTANTO, isto nem sempre acontece! Dizer coisas
como “isto está melhor escrito” é tão errado como piratear e publicar fotos
privadas das celebridades. A expressão correcta é – e sempre será – “isto
está mais bem escrito”! Pode ser?
6. Hífenes
Todos os dias passamos pelo Facebook e vemos um monte de palavras nas quais tu colocas-te um hífen onde não o havia. Já agora, não reparaste em nenhum erro na frase anterior? Então foste mesmo tu, seu/sua delinquente!
Por favor, não
confundam ‘passas-te’ com ‘passaste’, ‘colocas-te’ com ‘colocaste’ e muito
menos ‘passamos’ com ‘passa-mos’.
‘Colocaste’ está no Pretérito Perfeito e o equivalente na 1° pessoa é ‘coloquei”. ‘Colocas-te’ está no Presente do Indicativo e o equivalente na 1° pessoa será ‘coloco-me’. Já de ‘passamos’ para ‘passa-mos’, altera-se o modo, o tempo, e até a pessoa!
Este é o erro mais comum na net, o mais absurdo, o mais horrível, e o que mais vontade dá de pontapear o ecrã do computador.
Tirar hífenes de onde deviam estar, fazendo o processo oposto, é um atentado igualmente grande.
‘Colocaste’ está no Pretérito Perfeito e o equivalente na 1° pessoa é ‘coloquei”. ‘Colocas-te’ está no Presente do Indicativo e o equivalente na 1° pessoa será ‘coloco-me’. Já de ‘passamos’ para ‘passa-mos’, altera-se o modo, o tempo, e até a pessoa!
Este é o erro mais comum na net, o mais absurdo, o mais horrível, e o que mais vontade dá de pontapear o ecrã do computador.
Tirar hífenes de onde deviam estar, fazendo o processo oposto, é um atentado igualmente grande.
7. Há / à / á
Não há aqui
nada que enganar (ou, pelo menos, não era suposto haver). O primeiro é uma
conjugação do verbo haver, o segundo é uma contracção e o terceiro é
estúpido.
Quando dizemos
“Já vi esse filme há uma semana”, estamos a dizer que já passou uma
semana desde que vimos o filme, utilizando o verbo haver para o
efeito. Dizer “à uma semana” é ridículo, pois o à é simplesmente
uma contracção da preposição a com o artigo definido/pronome
demonstrativo femininoa, e usa-se apenas em frases como “amanhã vou à praia”.
A terceira opção, o á, é apenas estupidez, porque nem sequer existe
como palavra, isolado.
Entendido? “Não
vou há praia à uma semana” está, portanto, completamente errado.
8. Ç
Por vezes,
vemos pessoas a escrever frases inspiradoras no Facebook, ou mesmo a partilhar
imagens com frases que já têm centenas de partilhas, e aparece, lá no meio, uma
“palavra” bela: “Voçê”. É um dos grandes problemas dos jovens, apesar de todos
terem sido ensinados em condições no primeiro ou segundo ano de escolaridade.
A regra é a
seguinte: um C lê-se sempre como um Q, excepto quando se encontra antes de um e
ou de um i, casos em que se lê como “ss”. Ou seja, sempre que vem antes de
um e ou de um i, nunca leva cedilha! NUNCA. Portanto, chega de
“voçês”, chega de “apareçe” e de coisas semelhantes.
9. Assério
Algumas pessoas
decidiram pegar na expressão “a sério” e fundir as duas palavras, formando a
magnífica palavra “assério”, ou mesmo, em casos mais extremos, “acério”, ou
“asério”, que nem sequer se lê da mesma maneira (estamos a contar o tempo até
começarem a escrever “açério”). Aparece várias vezes nas redes sociais e não
fazemos ideia de onde foram desencantar isto. Fomos verificar e, no teclado do
computador, a letra S nem sequer está próxima da barra de espaços, pelo que não
pode ser um erro de tipografia. Por favor parem com isso. De cada vez que o
fazem, morre um panda na China. Assério!
10. Concerteza
Mais duas
palavras unidas, mais um pobre panda morto. Pouco há para dizer também acerca
desta palavra, mas com certeza que está errada. A expressão correcta
é como acabámos de a escrever, com duas palavras separadas, pelo que
“concerteza” é apenas obra do demónio.
11. Já mais
Só para que não
digamos que só andam aí a fundir palavras à toa, o pessoal presenteia-nos com
esta relíquia, que é precisamente o oposto. Decidiram, então, pegar na palavra
‘jamais’ e separá-la em duas, que por acaso existem mas não cabem onde as
tentam meter. Ouçam: quando querem dizer que nunca, nunca irão fazer
determinada coisa, escrevam “jamais”, tudo junto. “Já mais” só pode ser
utilizado em frases como “já mais tarde, fui ler o Cultura X”, ou algo do
género.
12. Vez/vês
A confusão
entre estas duas palavras também é ligeiramente carcinogénica. “Também vez a
Guerra dos Tronos?” e “Só vi uma vês” são duas frases que, portanto, não têm
jeito absolutamente nenhum. ‘Vês’ é uma conjugação do verbo ver e
‘vez’ é o singular de ‘vezes’. Não são a mesma coisa, nem de longe nem de
perto.
13. Não tem
nada haver
O verbo haver é,
como já vimos, causa de muita confusão na cabeça de quem não é muito bom nesta
coisa da escrita. “Não tens nada haver com isso!”, dizem eles, mas nós temos
que intervir, para impedir um severo apocalipse linguístico. Gente, a expressão
escreve-se “não tens nada a ver com isso”, caso queiram usar essa
forma, que, apesar de ser um galicismo, está correcta. Ainda assim, será melhor
dizer “Não tens nada que ver com isso”! E sim, nós, enquanto cidadãos
preocupados com a saúde de quem lê aquilo que escrevem, temos muito “haver” com
isso.
14. Poder/puder
Aparentemente,
existe por aí uma enorme dificuldade em entender a diferença entre estas duas
palavras mas o Cultura X, como vosso amigo que é, vai explicar: puder lê-se
“pudér” e poder lê-se “podêr”. Isto, sozinho, já deve ser
suficientemente explicativo mas, como mais vale prevenir do que remediar, explicamos
ainda mais: deve-se usar o ‘puder’ apenas em frases como “se eu puder ir”,
sendo ‘poder’ a palavra adequada em todas as outras situações, incluindo “não
devo poder ir”.
15. Vírgulas
Não, desta vez
a palavra não está mal escrita. Queremos só dar um pequeno reparo nas vírgulas
horrivelmente colocadas. Nunca, nunca, “já mais” se separa o sujeito do
predicado de uma frase com uma vírgula (ex.: a minha mãe, foi ao supermercado)
e também não se colocam os atributos das palavras entre vírgulas (ex.: a sua,
belíssima, mulher). Pode ser?
Agora resta-nos
esperar que isto resulte! Façamos com que acabe o terror do português que
parece um dialecto da Papua Nova Guiné. Contamos com a tua ajuda para mostrar
isto à nossa gente!
Excelente excelente mesmo :D essa do ç e do há/à também é algo que me transcende xD
ResponderEliminarÉ verdade, essas duas são fatais! Não percebo como é que se sai da primária sem saber estas duas regras. E a do ç chega a ser ridícula...
EliminarOis,
ResponderEliminarEu corvo me acuso ser proveniente da Papua Nova Guiné, erros é comigo :D
:P
Ultimamente dou comigo a cometer muito o erro nº6. Tenho uma amiga no facebook que mete hífens onde não existeme eu comecei a reviara os olhos cada vez que leio textos dela. Agora quando escrevo à pressa, de vez em quando lá faço o mesmo. É castigo...
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