lisboa em Camisa
Gervásio Lobato
15x23
240 páginas
16,00 €
Ficção / Romance
Nas livrarias a 19 de Julho
Guerra e Paz Editores
Diz-se
em camisa como quem diz em cuecas. Estávamos no final do séc. XIX
quando Gervásio Lobato – por sinal tio-tetravô do humorista Nuno Markl –
escreveu aquele que é um dos romances que melhor satiriza a vida
quotidiana do mundo burguês alfacinha de então. Estranhamente, um livro
que se mantém tão actual que é como se ainda nos pudéssemos cruzar com
as suas personagens nas ruas do Chiado, no centro da cidade, apanhadas
em flagrante delito. Em camisa, dir-se-ia na altura. De esquecido e
arrumado a um canto sem a glória devida, Lisboa em Camisa regressa às livrarias a 19 de Julho com o cunho da Guerra e Paz.
Publicado
pela primeira vez em 1882, em jeito de folhetim, do Diário da Manhã,
este é um livro que esmiúça comportamentos, ridiculariza-os e leva-os a
um extremo em que o riso é inevitável. Lisboa em Camisa
conta-nos as peripécias da família Antunes, oriunda do Algarve, que se
instala em Lisboa, na Rua dos Fanqueiros. Uma acutilante paródia cujo
foco passa pela decadência da nobreza, ascensão da burguesia,
aparecimento das profissões liberais e início da industrialização, num
registo que roubou este comentário a Manuel Pinheiro Chagas: «São […]
uns folhetins admiráveis, cheios de verdade, de fina observação, com
tipos engraçadíssimos, quadros cómicos de um chiste inexcedível».
Outrora
um dos grandes nomes do humor português, Gervásio Lobato é hoje um
autor recordado apenas por uma rua com o seu nome em Campo de Ourique.
Jornalista e romancista, o seu humor e comicidade passaram de mãos em
mãos, de geração em geração. Lisboa em Camisa foi, desde a
publicação em 1882, o seu mais estrondoso êxito, com inúmeras edições. O
tema é Lisboa, uma Lisboa que o autor despe ou surpreende em camisa. Um
romance que lido hoje é a actualidade apanhada em flagrante delito.
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