O que perdi quando parei...

2017 foi um ano de pausa. 

Não propositada, claro. O que poderia ter sido uma boa mudança a nível profissional, traduziu-se apenas numa ocupação com rendimento muito abaixo da média, com objetivos e exigências acima da mesma. E apesar de mal ver o dinheiro nos bolsos, aceitei o desafio. Pela primeira vez na vida gostava do que fazia. 

Com o passar do tempo, comecei a por tudo em perspetiva e claro que entre gostar do ramo profissional e conseguir pagar contas, o segundo fala mais alto. Mais ainda quando percebemos que nos tornamos um espectro daquilo que éramos e já nem nos dedicamos às pequenas coisas que nos dão prazer. 

Para mim, isso refletiu-se nos livros e no blogue. Acabou por ser um ciclo vicioso, na verdade. Não tinha dinheiro para comprar livros, se assim me apetecesse; não tinha vontade de ler; não tinha vontade de escrever no blogue... Mas no fim de contas, a verdade é que podem vir mil patrões, mas o blogue é um projeto só meu. Posso não ganhar um tostão com ele, mas o que daqui levo é bem mais valioso. 

Noto neste momento uma maior dificuldade em articular os textos que queria rabiscar para futuras publicações ou até opiniões que ficaram pendentes. Parar é, de facto, O grande inimigo da escrita. 

Noto também que, pelo menos para já, perdi o meu "tom" animado e que me saía tão naturalmente. 

Durante este período de ausência ponderei várias vezes encerrar o blogue, mas lá no fundo havia uma vozinha que dizia "é só uma fase, vai passar". E então aqui estou: com saudades disto e com vontade de regressar à blogosfera. Bem sei que de certa forma voltei à estaca zero. Quantos de vocês aí estão, a ler isto? Pois... Acredito que a sensação de estar a escrever para ninguém, tal como ao início, vai ser a minha companhia nos próximos tempos. 

Mas não faz mal! O que importa é que estou aqui e continuo a adorar isto! O resto logo se vê :D