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terça-feira, 8 de maio de 2018

Orgulho e Preconceito, Jane Austen

Orgulho e Preconceito foi o clássico escolhido para o desafio bi-mensal de Março/ Abril.... de 2016. Pois é, aqui vai uma opinião cheia de pó! Já não sei ao certo porque não escrevi a opinião logo quando li o livro, mas aqui há dias andei a fazer limpeza a fundo nas minhas estantes (tirar livros, limpar livros, voltar a por livros, deitar papelada fora....) e encontrei uma folha A4 escrita dos dois lados com um rascunho sobre o livro. 

A verdade é que apesar de sentir uma certa "obrigação" para ler o livro, a vontade também não era muita. Antes de mais porque nunca senti particular curiosidade com os livros da Jane Austen. Depois também receava que o livro fosse muito fiel à adaptação de 2005, com a Keira Knightly (ou melhor dizendo, o contrário). Para além disso, existe todo um mundo de produções que giram em torno deste clássico, não contando apenas com as adaptações cinematográficas. 

Isto tudo para dizer que me vi mesmo forçada a pegar no livro. E não me enganei: a adaptação de 2005, cuja contagem de visualizações já perdi, é mesmo muito fiel ao livro. A surpresa no meio disto tudo foi conseguir desfrutar bastante da leitura, que no fim terminou depressa demais. 

E que poderei acrescentar a todas as opiniões tecidas por todo o mundo a este livro? Não muito, certamente. Apesar da crítica à sociedade da época feita pela autora, suponho que não sejam de considerar os casamentos arranjados com o intuito de unir fortunas e estabelecer alianças, por serem "normais" para a época. Mas conseguimos distinguir na personalidade das diferentes personagens os vícios sociais que a autora pretendeu criticar. 

Posso começar por referir a senhora Bennet que, por não ter conseguido dar um filho varão ao marido, corre o risco de perder a casa ao enviuvar (assumindo logo de início que o marido vai para a quinta das tabuletas na sua frente). Por isso mesmo, faz de tudo para ver as filhas bem casadas e cuidadas o quanto antes. Pelo caminho esquece as regras de boa educação, é inconveniente, metediça e envergonha frequentemente o marido e as filhas. Sobre este assunto é de realçar o casamento de Lídia, que não é mais do que um escândalo abafado, e mesmo nestas circunstâncias a Srª. Bennet não se inibe de ir regularmente a casa dos vizinhos gabar-se da sorte da filha. 

O senhor Collins também merece ser referido por falar sempre com toda a pompa e importância. Não é má pessoa e apesar do seu interesse em herdar a casa dos Bennet, também se percebe que ao procurar uma esposa entre as primas está no fundo a ajudá-las a manter o que por direito lhes pertence. Não fosse tão correcto, tão educado, tão bajulador, também não se tornaria tão aborrecido e inconveniente. 

Quanto a Lady Catherine, aquela jóia de moça... Já em 2016 a Su me dizia que esta personagem devia estar no top das personagens mais snobs da literatura e eu, obviamente, concordo. Aquele porte altivo e autoritário, opinativa e dona da razão... São características que me fazem lembrar muito boa gente, não tão boa quanto isso. Lady Catherine facilmente passa a linha da boa educação e torna-se controladora, exigente, rude, preconceituosa e mesmo muito mal educada. Já a sua filha, em oposição ou talvez em função do feitio da mãe, é submissa. 

E agora perguntam-me: e o Darcy? Fico na equipa das leitoras que se encantam com este personagem, ou das que o que o querem ver pelas costas? A verdade é que o feitio de Darcy anda ali quase quase a roçar o de Lady Catherine, mas ao contrário desta, as suas atitudes têm um fundo bem intencionado, sempre em prol de outras pessoas, seja da sua irmã mais nova, o melhor amigo ou Elizabeth. Claro que o facto de ter visto o filme e estar familiarizada com a história preveniu que estivesse desde a primeira página a julgar o Sr. Darcy. Se assim não fosse, duvido que encarasse a história da mesma forma. 

Claro que depois desta leitura, o meu interesse pelos livros de Jane Austen cresceu significativamente. Apesar de ainda não se ter proporcionado a leitura de outro título, a verdade é que desde 2016 já chegaram mais alguns exemplares da sua autoria à minha estante, tanto em português como em inglês. Acho que vou gostar de ler Austen na língua materna :) 

Recomendam algum título para próxima leitura?

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