Este blog não aderiu ao Novo Acordo Ortográfico!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Divulgação - Sete Graus Sempre a Descer [Guerra e Paz]


Poesia sísmica, de larga magnitude


Sete Degraus Sempre a Descer
Eugénia de Vasconcellos
Ficção / Poesia
56 páginas · 16,5x20 · 12,00€
Nas livrarias a 6 de Novembro
Guerra e Paz, Editores


Depois da publicação de O Quotidiano a Secar em Verso, livro que o poeta e crítico José Mário Silva saudou como «um meteorito que cruzou o céu da poesia portuguesa», chega agora às livrarias nova obra de Eugénia de Vasconcellos.


Sete Degraus sempre a Descer, é uma delicada interrogação do ofício poético e da linguagem amorosa, da sua decepção e cinzas. No posfácio, o poeta e escritor brasileiro Marco Lucchesi chama a Sete Degraus sempre a Descer, «alta poesia», uma «poesia sísmica, de larga magnitude», aproximando-a da «noite dos sentidos», de Al Berto, e João da Cruz, de Teresa de Ávila e de Adélia Prado.
Sete Degraus sempre a Descer oferece à poesia portuguesa vivências amorosas com que a nossa língua teme conviver ou que se envergonha de tocar: por um lado, a humildade dos objectos e das coisas, uma faca, laranjas, lençóis e cama, por outro lado, a ardente relação com as pulsões e sentimentos, o beijo, o desejo, a carne e o espírito.
Poeta, Eugénia de Vasconcellos escreve também ficção – um conto seu integra o volume Do Branco ao Negro, que reúne ficções de Lídia Jorge, Yvette Centeno, Ana Luísa Amaral e Maria Isabel Barreno, entre outras autoras; escreve também ensaio, género em que se destaca Camas Politicamente Incorrectas da Sexualidade Contemporânea. Foi publicada, individualmente e em antologia, na Catalunha, na Sérvia, na Roménia e na Alemanha.

Três leituras da poesia de Eugénia de Vasconcellos:

Marco Lucchesi:
«Eugénia possui uma poesia sísmica, de larga magnitude, mesmo quando parece dizer o contrário, mesmo quando voluntariamente arrefece, no intervalo dos versos, no rumor de fundo que organiza seu canto, ao sabor de uma unidade descontínua, nas ligaduras, que soltam e amarram seus fragmentos, as falhas geológicas, o incessante vulcanismo de lava e lapilli.
Eugénia de Vasconcellos é detentora de uma voz profunda e cristalina, livre e rigorosa, humilde e altiva, filha e mãe das leituras que a atravessam, convocadas pela vida, estratos e camadas de presente, como o mármore de Bernini para Teresa em Santa Maria della Vittoria.»


Yvette Centeno:
«E no caso de Eugénia, se a poesia fosse assinada por um pseudónimo masculino, não me espantaria. A linguagem é seca, como tantas vezes a dos prosadores ou poetas masculinos. Seca, ou melhor, despida de artifício, mas intensa. Intensa mas algo displicente, o que esconde o melhor do seu sentido de humor: ela pega nas palavras, nos versos, no todo ou em parte da narrativa poética , como quem pega nas roupas que lavou ( cabe à mulher, nas suas funções alquímicas, de transformação, é o que se vê numa das belas gravuras da Atalanta Fugiens, lavar a roupa...matéria a ser sublimada...) e pronto, põe esse quotidiano que é o seu a "secar em verso", na corda da sua (e nossa) imaginação.
Que maneira de lidar com a poesia...dirão alguns? Mas é uma óptima, para não dizer perfeita maneira: é íntima, como toda a poesia que se impõe, ao modo rilkeano (nas cartas a um jovem poeta, a poesia "deve nascer da mais profunda solidão...").»

José Rentes de Carvalho:
«Quem me conhece um pouco sabe das dificuldades que tenho com alguma poesia, alguns poetas, e a idolatria que ataca certas almas, levando-as a perder as estribeiras se, num acesso de franqueza, lhes confesso a pouca valia em que tenho o seu ídolo e a obra do dito. Cai o Carmo, cai a Trindade, por vezes finda assim o que parecia amizade.
Deve ter sido pelas razões acima que ontem, num jantar, embasbaquei os convivas ao dizer-lhes que, num livro que por acaso me viera às mãos, tinha lido com interesse e apreço a poesia de uma senhora de que nunca ouvira falar.
Perdi-me de amores pela obra? Converti-me à obrigação de, a partir de agora, todos os dias ler poesia? Longe disso. Mas foi grande e agradável surpresa a novidade do tom, directo, simples e forte, a franqueza sem rodriguinhos nem lamechices, a desenvoltura do vocabulário quase – desculpem lá – parecendo ser obra de homem.
Foi uma boa surpresa, e ao talento de Eugénia de Vasconcellos aqui deixo vénia.»

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários são sujeitos a moderação. Seja construtivo :)