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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Duas edições, o mesmo livro #2

No final de Setembro partilhei convosco dois livros de capas diferentes, mas que no fundo, são a mesma história. Uma das edições é minha e a outra pertence a uma colecção de clássicos já antiga que o meu pai comprou durante a sua juventude. Tal como prometido nessa altura, hoje venho mostrar-vos com que outro livro nos aconteceu uma situação semelhante.

Acontece que o livro antigo, em questão, tem uma história um pouco infeliz por trás pois, na verdade, ele não pertencia ao meu pai. Mas eu conto-vos a história!

Há uns anos atrás o meu pai estava a trabalhar numa quinta e os patrão era um senhor já idoso, tal como a sua esposa. Só que era um pouco... avarentos, embirrentos, sei lá.... Para terem uma ideia, o meu pai recebia à semana e era rara a sexta-feira que ele chegasse ao trabalho e o patrão estivesse lá para pagar. Saíam de madrugada, com o pretexto de ir visitar o filho ou ir de férias ou algo do género e assim se iam acumulando semanas e semanas sem o meu pai ver um chavo. Estão a ver a situação, não estão? 

Um dia, o meu pai chegou ao trabalho e encontrou uns poucos de sacos cheios de livros antigos cujo destino era a lixeira. Diz ele que havia de tudo um pouco, desde livros técnicos antigos a literatura clássica. Só que o meu pai teve a ideia infeliz de falar com o senhor e, já que os livros iam para o lixo, o meu pai ficava com eles, coisa que o senhor levou muito a mal e no dia seguinte os sacos tinham desaparecido. Estas coisas revoltam-me. Se não os queria, podia tê-los doado a uma biblioteca, ou à escola ou, sei lá, tê-los vendido na feira da ladra! Mas não, foram para o lixo e não se fala mais nisso. Só que o meu pai ainda conseguiu desviar alguns, discretamente. Julgo que ele tencionava fazê-lo aos poucos, mas acabou por não ter oportunidade para mais. 

Com isto, um dia deparámo-nos com mais duas edições de um mesmo livro:





Eu já tentei ler o meu exemplar, juro! Recordo-me de um dia estar na estação rodoviária de Évora a ler, enquanto esperava o meu autocarro. Só que, de súbito, encontrei um diálogo entre alguns personagens em que não se percebia quem dizia o quê e acabei por me assustar e desistir. Já agora aproveito para perguntar: já alguém por aí leu?

4 comentários:

  1. Olá,

    Tenho vários livros deste escritor por ler mas nunca li nada, alias até li um excelente livro do Dan Simmons que tem este escritor como um dos protagonistas principais "Clube do Patifes" (passado em Cuba).

    Quanto à situação do teu pai, realmente sem comentários, como é possível haver pessoas com este tipo de pensamento, é triste.

    Bjs

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    1. Eu só tenho mesmo este e é como te digo, ao fim de meia dúzia de páginas apareceu a tal conversa entre várias pessoas e deixei de perceber a história. Isto já foi há bem mais de um ano. Um dia ganho coragem e tento outra vez.

      O meu pai se tivesse ficado calado tinha ganho mais porque era suposto ser ele a deitar os livros no lixo... Enfim, é pena tanto pelos livros clássicos como pelos técnicos que, mesmo sendo antigos, de certeza que numa biblioteca ainda podiam ser úteis....

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  2. Há pessoas tão "fuinhas"... Enfim...

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    1. Mesmo! É dar-lhes com os livros na tola, um de cada vez, para aprenderem a dar-lhes valor...

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