«Minha Mulher, a Solidão», edição de luxo de Fernando Pessoa
O
que é que Fernando Pessoa nos tem a dizer sobre as mulheres? E se, num
livro único, se reunissem os textos de Pessoa e dos seus heterónimos
sobre as mulheres, o casamento, o amor e o desejo? São
textos em que se aconselham mulheres. Num deles, Pessoa — ou será
Bernardo Soares? — propõe-se ensinar às mulheres como trair os
maridos em imaginação.
Vem
aí um livro de conselhos a casadas, malcasadas e algumas
solteiras. São conselhos heteronímicos de Fernando Pessoa (que
tantas vezes terá sido heterónimo de si mesmo). Vem aí um livro de
solidão, a solidão de mulher num homem que, se as queria, não sabia
como havia de as querer.
É este o livro que a Guerra e Paz faz chegar às livrarias, a 21 de Outubro. Inspirado num verso de Pessoa, o livro chama-se Minha Mulher, a Solidão. Mas vamos também chamar-lhe, porque há outros textos que assim o exigem, Conselhos a Casadas, Malcasadas e algumas Solteiras. Um livro irreverente, de capa dura e lombada solta, com costura à vista.
Trata-se
de um livro de colecção, para bibliófilos, que nenhum admirador de
Pessoa pode perder. Capa em cartão grosso, de 3,5 mm de espessura, com
as faces do miolo pintadas à mão, a vermelho, o livro abre logo com uma
surpresa: uma pintura original de Ana Vidigal, a que se segue um
texto-poema de Eugénia de Vasconcellos. Duas mulheres confrontam-se com a
misoginia de Fernando Pessoa.
Mas há mais surpresas neste Minha Mulher, a Solidão.
A par dos textos sobre as mulheres, impressos em papéis de luxo (dois
Munken diferentes de 150 gramas) irrompe um segundo livro, em papel de
jornal, reveladores de outras sexualidades, da pulsão homoerótica à
perversão masoquista.
A organização é de Manuel S. Fonseca, que escreve o texto de apresentação. O grafismo é de Ilídio Vasco.
Tal como Flores do Mal, o livro de Fernando Pessoa com capa de madeira que apresentamos em 2014, também Minha Mulher, a Solidão tem uma tiragem limitada e numerada de 1.850 exemplares.
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