A Hora Má: O Veneno da Madrugada, de Gabriel García Márquez foi o livro que antecedeu a fama do autor conseguida com o Nobel da Literatura em 1962.
De vez em quando gosto de pegar nestes livros mais pequenos do autor. São, regra geral, leituras muito agradáveis para um domingo à tarde passado em casa.
A história decorre numa pequena cidade perdida algures no interior de um país latino- americano, possivelmente a Colômbia, onde pela madrugada são afixados pasquins anónimos um pouco por toda a povoação. Estes pasquins revelam segredos e boatos sobre qualquer habitante, sejam verdades ou...bem, boatos!
Certa manhã, enquanto o padre Ángel celebra a missa, um ganadeiro abate a tiro o suposto amante da esposa, depois de ter recebido o pasquim que denunciava um caso amoroso entre os dois. Nenhum habitante estava imune, fosse qual fosse a classe social.
Apesar da intriga criada pelo autor ser bastante interessante, para mim a melhor parte da história foram as referências a Macondo. Para quem não sabe, é em Macondo que decorre a história de Cem Anos de Solidão, livro que valeu o Nobel ao autor. O padre Ángel terá passado, na sua juventude, pela paróquia de Macondo e também se fala brevemente no Coronel Aureliano Buendía e na Mamã Grande.
Também é importante referir o paralelismo/ crítica, muito frequente nos livros de Márquez, às duas entidades autoritárias tradicionais. De um lado está o Estado, representado pelo alcaide tirano e corrupto que enriquece ao tentar evitar guerrilhas da revolução. Do outro lado está a igreja, representada pelo padre Ángel que vive de caridade e tenta liderar por exemplo uma sociedade que vive oprimida pelo medo.
Mais um exemplo de boa literatura, que recomendo!
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