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segunda-feira, 27 de maio de 2019

O Homem de Sampetersburgo, Ken Follett [Opinião]

Quando chego à minha estante e tento escolher a próxima leitura, os meus olhos pendem facilmente para os livros de Ken Follett. Não é difícil que isso aconteça, pois à semelhança dos livros de Murakami, os de Follett ocupam majestosamente a sua própria prateleira. Só que normalmente, resisto. Seja porque a maioria dos livros são brutos calhamaços impróprios para transporte, ou apenas pelo receio de o início da história não cativar de imediato.... Há sempre uma desculpa que me faz adiar a leitura destes livros. 

Por sorte, de vez em quando arrisco. E ainda bem! 

O Homem de Sampetersburgo não teve tempo de ganhar muito pó na estante. A história decorre em Inglaterra, pouco antes de eclodir a 1ª Guerra Mundial. Com os ânimos tensos um pouco por toda a Europa, torna-se essencial dispor do exército Russo como aliado na eventualidade da Alemanha invadir a França. As negociações desta aliança são feitas em segredo por Winston Churchill e o Duque de Walden, que é tio por afinidade do Príncipe Orlov, enviado a Londres para negociar pelo lado da Rússia. 

Com o intuito de impedir tal aliança, surge Feliks Kschessinsky, o dito homem de Sampetersburgo, anarquista e assassino, que tenta eliminar o Príncipe Orlov e impedir dessa forma que a Rússia entre numa guerra que, de facto, não lhe diz respeito. Antes de começar a ler encontrei comentários no Goodreads em que várias pessoas diziam torcer pelo assassino. De facto simpatizei bastante com o Duque de Walden, que o autor retratou como um homem íntegro, e com a sua família. Até com a sua esposa, Lydia, que apesar ser um pouco lenta a juntar 2+2, retratou perfeitamente a opressão a que as mulheres da época estavam sujeitas. Orlov pouco entra em cena mas também é descrito como um jovem inteligente e justo. 

Mas lá dei por mim a simpatizar com Feliks, mesmo sabendo que a História não abonou a seu favor e a Rússia foi de facto aliada do Reino Unido e da França. Ken Follet deu-nos a conhecer o lado humano do assassino e torna-se difícil não simpatizar com a sua causa. Tudo isto aliado à prosa do autor, que uma vez mais proporciona um "virar páginas" constante, tornam este livro uma excelente aposta para quem gosta de romances históricos ou de livros excepcionais, em geral. 


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